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Novo modelo de financiamento coloca ensino artístico numa “situação muito grave”

04 ago, 2015 • Isabel Pacheco

Cortes no número de vagas são superiores a 10% e significam um retrocesso “bastante significativo naquilo que tinha sido a evolução do ensino artístico nos últimos anos”.

Novo modelo de financiamento coloca ensino artístico numa “situação muito grave”
O novo modelo de financiamento do ensino artístico obriga à redução do número de alunos, impede a progressão dos estudos e pode até levar a despedimentos. É a avaliação em jeito de alerta da Associação Portuguesa de Instituições de Ensino da Música. Em causa está a anunciada redução do número de vagas.

O presidente da associação, João Correia, afirma que o Governo reduziu em 80% as vagas para iniciados no ensino artístico no próximo ano lectivo, o que se vai traduzir em mais despedimentos.

“Uma escola com 100 alunos financiados, no próximo ano só terá 20 desses alunos financiados”, explica o também presidente da Academia de Música do Fundão.

João Correia acredita que, neste cenário, “uma grande parte dos alunos que já estão no sistema não vão poder continuar a estudar”, além de provocar “despedimentos de professores”.

“É uma situação muito, muito grave”, sublinha o responsável.

As reduções no número de vagas criadas pelo novo modelo de financiamento do ensino artístico rondam os 12% no básico e os 14% no secundário.

O facto de o ensino artístico ter passado para a tutela do Ministério da Educação poderia ser um ponto positivo, diz João Correia, não o facto de os cortes estarem a fazer com que se retroceda “de forma bastante significativa naquilo que tinha sido a evolução do ensino artístico nos últimos anos”.