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Lisboa terá dois grandes túneis para escoar águas e impedir cheias

13 jul, 2015

Túneis entre Santa Apolónia e Monsanto e entre Chelas e o Beato vão procurar minimizar problema recorrente das cheias na cidade.

Lisboa terá dois grandes túneis para escoar águas e impedir cheias
Rua das Portas de Santo Antão
A Câmara de Lisboa anunciou esta segunda-feira que vai construir, até 2019, túneis entre Santa Apolónia e Monsanto e entre Chelas e o Beato para escoar as águas e combater as inundações na cidade, num investimento de quase 170 milhões de euros.

Na apresentação do Plano Geral de Drenagem de Lisboa 2016-2030, o presidente da autarquia, Fernando Medina, classificou este como o "projecto mais importante e estruturante das últimas décadas para o futuro da cidade de Lisboa", que visa "combater as inundações na cidade de Lisboa e combater as consequências das cheias e das inundações na vida das famílias e das empresas" que aqui operam.

Das infra-estruturas previstas, por um período de 15 anos, a maior é o túnel entre Santa Apolónia, Santa Marta e Monsanto, com um diâmetro de cinco metros e uma extensão de cinco quilómetros.

Este túnel vai desviar os caudais pluviais do caneiro de Alcântara e os caudais das bacias das avenidas da Liberdade, Duque de Loulé e Almirante Reis, evitando inundações na baixa pombalina.

Trata-se, assim, de "uma grande barreira", que "desvia da zona baixa da cidade uma parte importante dos caudais de água que são os responsáveis pelas inundações mais severas", assinalou Fernando Medina.

No plano de drenagem anterior, aprovado pela câmara em 2008, estava previsto um túnel entre Santa Apolónia e o Martim Moniz.

O outro túnel ligará Chelas ao Beato e terá uma extensão de mil metros. Em complemento, serão realizadas obras de desconexão de colectores na zona baixa de Xabregas.

Será ainda feito um colector de reforço entre as avenidas de Berlim e Infante D. Henrique, com um diâmetro de 2,5 metros.

Obras até 2019
De acordo com a Câmara de Lisboa, as obras nos túneis serão iniciadas em meados de 2016, estando concluídas no final de 2019.

Já o colector de reforço começará a ser construído no início de 2017, devendo estar pronto em meados de 2018.

Além destas, serão feitas outras intervenções, como o reforço de colectores, a separação e controlo de caudais e a criação de reservas de armazenamento.

Em causa está um investimento de quase 170 milhões de euros, financiado por recursos da autarquia e também por fundos comunitários. Os túneis são os investimentos mais caros, na ordem dos 57 milhões de euros.

O coordenador do consórcio projectista do plano, José Saldanha Matos, explicou que esta solução garante "maior protecção de pessoas e bens" face ao primeiro plano de drenagem da cidade.

Segundo Fernando Medina, a cidade estará a "beneficiar dos primeiros resultados [do plano] ao fim de quatro anos".

A proposta para concretizar este plano de drenagem será debatida na reunião de quarta-feira, altura em que o município pretende também iniciar uma consulta pública do projecto que se estenderá até Setembro.

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