10 jul, 2015
Armando Vara vai aguardar o desenrolar do processo em casa, com pulseira electrónica, e fica proibído de contactar com os outros arguidos, indica a Procuradoria-Geral da República (PGR), em comunicado.
O arguido é suspeito dos crimes de corrupção passiva, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.
A decisão foi tomada no final do interrogatório judicial que terminou pelas 17h30, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.
No entanto, para já, enquanto se preparam as condições para a "prisão domiciliária", Armando Vara fica detido no estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária.
Armando Vara, de 61 anos, foi detido quinta-feira ao final da tarde, na sequência de novas buscas no âmbito da “Operação Marquês”.
Vários órgãos de comunicação noticiam que esta detenção está relacionada com o financiamento da compra de um empreendimento imobiliário em Vale do Lobo, no Algarve. A investigação parece estar concentrada no financiamento ruinoso, em 2006, da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento imobiliário.
Armando Vara foi, nos governos socialistas de António Guterres, ministro-adjunto do primeiro-ministro, com os pelouros da juventude, toxicodependência e comunicação social, e ministro da Juventude e Desporto. Posteriormente, foi administrador da Caixa Geral de Depósitos e do Millennium BCP.
Em Setembro do ano passado, Armando Vara foi condenado a cinco anos de prisão efetiva, no processo Face Oculta, por tráfico de influências. Esta decisão está em recurso no Tribunal da Relação do Porto.
Armando Vara é o 10º arguido no caso Sócrates. Os restantes são o empresário Carlos Santos Silva, o administrador do grupo Lena Joaquim Barroca, o ex-motorista de Sócrates João Perna, o administrador da farmacêutica Octapharma Paulo Lalanda de Castro, a mulher de Carlos Santos Silva, Inês do Rosário, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o presidente da empresa que gere o empreendimento de Vale do Lobo, Diogo Gaspar Ferreira.
O ex-primeiro ministro José Sócrates é o único que se encontra preso preventivamente, indiciado por fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais.