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Uma bússola para o futuro através dos caminhos do passado

08 jul, 2015 • Sandra Afonso

O estudo “Três décadas de Portugal Europeu”, apresentado esta quarta-feira, é uma análise ao passado para percebermos para onde devemos ir.

A solução para o país não é anular o que está feito mas aprender com o passado, diz o economista Augusto Mateus, coordenador deste estudo, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

"Três décadas de Portugal Europeu" não se limitou a tirar uma radiografia ao país, é uma espécie de atlas dos últimos 30 anos, antes e depois da adesão à União Europeia e ao euro, uma compilação de informação diversa, que vai desde a evolução dos principais indicadores económicos até à distribuição dos fundos estruturais.

Permite concluir, por exemplo, que a produtividade dos trabalhadores portugueses mais do que duplicou, face à média europeia, de 1986 para 2013. Ou que o nível de endividamento das famílias disparou a partir de 1995, passou de 35% do rendimento disponível, nesse ano, para 118%, em 2013.

O ex-ministro da Economia, Augusto Mateus, diz que Portugal quando entrou para a União monetária evoluiu bastante, mas agora "a europa começa a ficar atrapalhada” e a economia portuguesa, neste contexto, está ainda pior, "com um retrocesso mais significativo no ritmo de crescimento potencial".

Augusto Mateus conclui que a principal lição a retirar deste estudo é que a produtividade está dependente da "capacidade de gerar riqueza, competência, organização e distribuição". Estas são as bases, sem elas, o crescimento económico não será sustentável.