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Turismo social ajuda Fundação "O Século" a equilibrar as contas

06 jul, 2015 • Ana Lisboa

Este foi um dos negócios a que a instituição recorreu depois de ter ficado sem as verbas provenientes da Feira Popular.

Turismo social ajuda Fundação "O Século" a equilibrar as contas

A Fundação “O Século” faz um balanço positivo da aposta no turismo social. Em dois anos, “acolhemos 6.500 pessoas”, sublinha o presidente da instituição.
 
Emanuel Martins adianta que em período de época alta foi registada "uma ocupação média de 80%" e "à volta de 40 a 50% nos períodos de época baixa".

Quem mais procura este tipo de alojamento são, sobretudo, “portugueses, seguidos de espanhóis, franceses, alemães, holandeses, brasileiros e britânicos”.

Ainda em processo de crescimento, este negócio social foi criado para que a Fundação pudesse ter receitas para se auto-sustentar, uma vez que ficou sem o financiamento vindo da Feira Popular, na sequência de um protocolo com a Câmara de Lisboa.

Emanuel Martins reconhece que a instituição ficou numa situação delicada. “Ficámos sem 2,6  milhões de euros por ano que era o motor da nossa obra social”, sublinha.

Por isso, decidiram recorrer ao turismo social. No primeiro ano “foi uma escalada difícil” para implementar o serviço e divulgá-lo para o exterior, confessa o presidente da Fundação “O Século”. Mas agora, diz, “podemos falar num caso sobejado de sucesso”.

Neste tipo de serviço é dada prioridade às instituições de solidariedade social, mas também há empresas e universidades que recorrem a este alojamento.

A localização, em frente à praia de S. Pedro do Estoril, na linha de Cascais, é uma mais-valia para os utentes. Há mesmo uma “entrada particular de acesso à praia”. 

Além deste negócio ligado à hotelaria, a Fundação encontrou ainda outras duas soluções para conseguir angariar mais verbas: o serviço de “takeaway” que tem capacidade para servir 1.500 refeições por dia e ainda uma lavandaria que lava 15 toneladas de roupa por mês.

Estes projectos “não são ainda suficientes” para fazer face às despesas com a obra social, refere Emanuel Martins.

A Fundação continua, por isso, “a trabalhar noutros projectos e noutras soluções” que espera venham a ter sucesso.

“Dentro de dias vamos abrir uma loja de ‘takeaway’ virada para a rua, para aproveitar a oportunidade”, conta Emanuel Martins.

O défice da Fundação foi reduzido substancialmente. Passou de 2,3 milhões de euros para 500 mil euros. Para isto contribuíram não só estes três negócios, mas ainda a redução de todos os custos possíveis.

Esta obra social dá apoio a 600 pessoas, desde crianças a idosos, em 16 valências diferentes, desde creches ao pré-escolar, apoio a crianças de risco, apoio domiciliário, intervenção em bairros sociais e muitas outras.