“En’o a nome de Deus. Eu rei don Afonso pela gracia de Deus rei de Portugal…” Assim arranca o primeiro texto escrito em Português, no ano da graça de 1214. D. Afonso II deixava um testamento que é hoje considerado o primeiro registo escrito da Língua Portuguesa. Guardado na Torre do Tombo, "documenta a produção primitiva portuguesa e a tradição de escrita veiculada pela Chancelaria Régia".
Este documento, juntamente com outros da época, deu o mote para as comemorações oficiais dos 800 anos da Língua Portuguesa. Estenderam-se entre 5 de Maio de 2014 e 10 de Junho deste ano. Foi a celebração dos "8 Séculos da Língua Portuguesa", evento
organizado pela associação com o mesmo nome, apoiado pelo Instituto Camões. Durante um ano projectou-se "pensar a afirmação da Língua Portuguesa no mundo, a nível cultural, político e económico, bem como nas grandes instituições internacionais".
Um exercício que alunos da Universidade do Minho, finalistas do curso de Ciências da Comunicação, decidiram pôr em prática na grande reportagem multimédia "
O Testamento da Língua".
Em parceria com a Universidade do Minho, a
Renascença destaca esta segunda-feira esse trabalho, que nos leva a pensar o impacto económico da língua, a reflectir sobre as polémicas em redor do Acordo Ortográfico ou a visitar a recém-criada Casa da Língua Portuguesa.
Lá, na abertura, pode ler-se assim: “É moeda de troca, palavra por dizer, sorriso revelado, catalisador de amizade. Com sotaques e variantes, está viva nos quatro continentes, morando na casa de cerca de 200 milhões e meio de pessoas em todo o mundo. No ano em que o português celebra os seus oito séculos de vida, há uma pergunta que não se pode deixar de fazer: Quanto vale a Língua Portuguesa?"