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Dirigente do FC Porto constituído arguido

02 jul, 2015 • Celso Paiva Sol

Em causa estão alegados crimes relacionados com a actuação de empresas ilegais de segurança privada.

Dirigente do FC Porto constituído arguido
O director-geral da FC Porto SAD e vice-presidente do clube, Antero Henrique, foi constituído arguido na operação desencadeada esta quinta-feira e pela polícia e pelo Ministério Público (MP). Em causa estão alegados crimes relacionados com a actuação de empresas ilegais de segurança privada.

Ao dirigente portista terá sido apreendida uma elevada quantia em dinheiro, para além de documentação considerada importante para o processo.

Ao que apurou a Renascença, Antero Henrique não consta da lista de 15 pessoas detidas, da qual faz parte o director da empresa que faz a segurança no estádio do Dragão.

A direcção do FC Porto confirma, em comunicado, a realização de buscas em instalações do clube e na "morada do seu vice-presidente Antero Henrique", no âmbito de "uma operação de investigação relacionada com a actividade da empresa de segurança que presta serviços" aos dragões. 

"O FC Porto e o seu vice-presidente continuam inteiramente disponíveis para colaborar com a justiça", refere a administração azul e branca.

Não é a única empresa que está a ser investigada, mas a SPDE – Segurança Privada e Vigilância de Eventos Lda foi o principal alvo da megaoperação desta quinta-feira.

O seu principal responsável é um dos 15 detidos, quase todos seguranças ao serviço daquela empresa. Entre os detidos há também um ex-agente da PSP.

A SPDE trabalha, sobretudo, com clubes desportivos, sendo o FC Porto um dos seus principais clientes.

A empresa também faz segurança de grandes eventos, como concertos, o circuito automóvel da Boavista ou a Queima das Fitas do Porto, para além de fazer ainda a segurança de vários estabelecimentos de diversão nocturna em várias cidades do Norte e Centro do país.

O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) está a investigar alegadas actividades ilícitas praticadas à margem destes negócios, suficientes para que os mandatos tivessem como justificação a suspeita dos crimes de associação criminosa, segurança privada ilegal, extorsão agravada, coacção, ofensas à integridade física e favorecimento pessoal.

A operação “Fénix” consistiu na realização de 50 buscas, nas cidades de Lisboa, Porto, Amarante, Lamego, Braga, Vila Real e Lousada.

Além da detenção de 15 pessoas, foram apreendidas 40 armas, 121 mil euros em dinheiro, dez viaturas e munições de vários calibres.