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Sócrates diz que a sua prisão "visa impedir PS de ganhar as eleições"

30 jun, 2015

Antigo primeiro-ministro nega intervenção em concursos públicos.

Sócrates diz que a sua prisão "visa impedir PS de ganhar as eleições"

O ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates reivindica a condição de preso político e atribuiu a sua prisão a uma tentativa de impedir a vitória do PS nas próximas eleições legislativas.
 
Em entrevista conjunta ao "Diário de Notícias" e TSF, José Sócrates rejeita, "indignado", as acusações de ter recebido, directa ou indirectamente, contrapartidas para a adjudicação de contratos.

"Rejeito, indignado, essas acusações. Nunca, em nenhuma circunstância, intervim ou recebi contrapartidas com o intuito de favorecer quem quer que fosse em concursos públicos", afirma o único arguido na "Operação Marquês" que se encontra em prisão preventiva. 

O antigo primeiro-ministro nega, também, que esta situação pudesse ter ocorrido através do seu amigo Carlos Santos Silva.

Num balanço do período de detenção, José Sócrates recorda que foram "seis meses de prisão preventiva e sem acusação. Seis meses de uma violenta campanha de difamação efectuada e dirigida pela acusação. Seis meses impedido de me defender. Seis meses de ameaças e intimidação ("pessoas próximas ainda em liberdade", julgo ser a linda expressão que usam). Seis meses de abuso, de arbítrio e mentiras. Seis meses de caça ao homem. Ainda assim, não venceram. Dirão, bem sei, que a lei lhes permite um ano de prisão preventiva sem acusação. Mas nem sempre o que a lei permite, a decência autoriza".

O ex-líder socialista considera que a sua prisão "visa impedir o PS de ganhar as eleições".