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Seca. Água pode faltar e chegar a Portugal com menos qualidade

17 jun, 2015

De acordo com o último boletim climatológico mensal do IPMA (até 31 Maio), mais de metade do país (53,4%) está em seca severa.

Portugal pode vir a lidar com falta de água e a que chega terá menos qualidade, o que vai obrigar a despesas extra. É o que estima hidrobiólogo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Adriano Bordalo e Sá.

Em entrevista à Renascença, no Dia Mundial de Combate à Seca e Desertificação, este especialista lembra “que pouco tem chovido nestes primeiros seis meses do ano” o que pode trazer vários problemas.

“Os espanhóis permitem que nos chegue ao território português menos água e essa água, o que tem acontecido nestes anos passados de seca, chega-nos com uma qualidade pior”, refere, acrescentando, no entanto, que a água que vai estar disponível vai ser boa, mas mais cara.

“A água de origem poderá ser de pior qualidade e isso vai exigir a necessidade de tratar de uma forma mais exaustiva e isso significa mais custos. Mesmo que água na origem esteja contaminada a água nas torneiras vai estar boa, só que a um preço muito mais caro”, garante.

Nestas declarações, Adriano Bordalo e Sá critica alguma passividade do poder político em torno das questões relacionadas com a seca.

“Com estas alterações climáticas, temos de ser capazes de prever algumas dificuldades mas não tem sido dada essa prioridade pelos diferentes governos”, remata.

De acordo com o último boletim climatológico mensal do IPMA (até 31 Maio), mais de metade do país (53,4%) está em seca severa.