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"Qual é o GNR que consegue manter a segurança na rua com 66 anos?"

09 jun, 2015

Profissionais da Guarda admitem contestar nas ruas o projecto de estatuto profissional.

O projecto de estatuto profissional que está a ser definido pelo Ministério da Administração Interna é "muito mau" e, se não houver alterações, os profissionais da Guarda Nacional Republicana admitem avançar com protestos de rua.

"Não gostamos de fazer acções de protesto, principalmente na rua, não o fazemos por gosto, mas é a única forma que temos de demonstrar o nosso desagrado", afirma César Nogueira, dirigente da Associação Profissional da Guarda (APG), em declarações à Renascença.

Vários sindicatos da GNR estiveram esta segunda-feira reunidos com a ministra Anabela Rodrigues para ouvir as principais linhas da nova proposta de estatuto profissional.

César Nogueira lamenta, desde logo, que o documento não tenha sido elaborado por pessoas da GNR, mas por militares.

“Vem lá vincado que são as 40 horas semanais, sendo que tudo o que seja ultrapassado será criado um banco de horas em que, só mediante despacho do comandante geral, é que essas horas serão depois gozadas. Muito dificilmente isso será posto em prática, porque o efectivo é cada vez mais reduzido”, afirma César Nogueira. O dirigente da APG também estranha que a medida só entre em vigor “a 31 Dezembro de 2019”.

A idade da reforma é outra das preocupações dos profissionais da Guarda. César Nogueira não consegue perceber a equiparação aos restantes funcionários públicos.

“Irmos para a reforma aos 66 anos? Qual é o homem que vai conseguir manter a segurança na rua com 66 anos?”, pergunta César Nogueira, da APG.

O Governo não tenciona alterar a tabela remuneratória dos profissionais da GNR, afirma César Nogueira, que reivindica "vários milhares de euros" em falta aos GNR.

Para o próximo dia 23 de Junho ficou marcada nova reunião, altura em que a APG espera poder negociar com a ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues.