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Processo arquivado. Caos na ponte 25 de Abril sem indícios de crime

29 mai, 2015

Saco suspeito caiu de uma carrinha de caixa aberta e um PSP afastou-o para a berma por razões de segurança rodoviária, conclui o Ministério Público.

Processo arquivado. Caos na ponte 25 de Abril sem indícios de crime

O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito à suspeita da prática de crime de atentado à segurança de transporte rodoviário, que obrigou ao corte da ponte 25 de Abril no início do mês.

O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito relativo à suspeita da prática de crime de atentado à segurança de transporte rodoviário, por factos ocorridos na ponte 25 de Abril, a 4 de Maio, pelas 18h10, foi hoje divulgado.

Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), a participação da ocorrência descrevia que, pelas 18h10 do dia 4 de Maio, foi avistado por um funcionário da Lusoponte, no sentido Lisboa-Almada, um embrulho de plástico, fechado, junto ao pilar principal, quilómetro três.

Através das câmaras de vídeovigilância foi identificada uma viatura cujo condutor parou na faixa de rodagem, saiu do seu interior e colocou o embrulho na berma da faixa de rodagem, tendo depois abandonado o local na mesma viatura, em direcção a Almada, adianta a PGDL.

Por se desconhecer o conteúdo do saco de plástico, a PSP desencadeou, na altura, todos os mecanismos de segurança obrigatórios, interrompendo a circulação rodoviária na ponte 25 de Abril em ambos os sentidos, pelas 19h45 e até às 20h40, momento em que se assegurou do conteúdo inócuo do saco e ordenou o restabelecimento da circulação, prossegue a PGDL.

Fonte da PSP disse, na altura à agência Lusa, que a ponte foi encerrada ao trânsito rodoviário nos dois sentidos por suspeita de ameaça de bomba, causando grandes filas de carros. A circulação de comboios também foi interrompida.

Na investigação, o MP concluiu que o "saco continha vários artigos de roupa de senhora e de criança, não sendo foco de qualquer ameaça" e que "o proprietário da viatura que parou, saiu do seu interior e colocou o saco na berma da estrada, fê-lo com mera intenção de salvaguardar a segurança dos utentes da via, uma vez que observara o desvio brusco de viaturas por causa do saco na via, e sem atentar nas consequências do seu acto".

De acordo com a edição de quinta-feira do "Correio da Manhã", foi um agente da PSP que, ao passar no local, viu um saco no meio da faixa de rodagem e atirou-o para a berma para não causar problemas no trânsito.

A investigação do Ministério Público apurou ainda que "uma testemunha viu o saco cair de uma carrinha de caixa aberta que transportava dois colchões de cama e vários sacos, desconhecendo-se a matrícula desta carrinha, por não ter ficado filmada nas câmaras de vídeo vigilância e não ter sido possível outras informações".

Segundo os investigadores, uma outra testemunha observou a mesma carrinha de caixa aberta com a carga mal acondicionada, mas não tirou a matrícula.

Em resultado da factualidade apurada e das provas recolhidas, o MP entendeu assim que não se verificou a prática do crime denunciado, não obstante os acontecimentos subsequentes, na medida em que o saco de plástico caiu da camioneta não identificada inadvertidamente e que a intenção de quem o colocou na berma da via era restabelecer a circulação rodoviária uma vez que o pacote era perturbador da mesma.

O arquivamento do inquérito foi comunicado à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para fins contra-ordenacionais relacionados com os factos conhecidos.

A investigação foi realizada e dirigida pela 5º secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP de Lisboa).