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Militares em protesto devolvem a Cavaco medalhas ganhas no Ultramar

29 mai, 2015

Os ex-combatentes falam de uma acção simbólica contra o novo estatuto dos militares. E acusam o Governo de “cobardia”.

Militares em protesto devolvem a Cavaco medalhas ganhas no Ultramar

O peso simbólico para os militares das medalhas em combate é enorme. Mas a gravidade do caso, assim o consideram, justifica que a entrega dessas agraciações ao Presidente da República, Cavaco Silva. A acção está marcada para esta sexta-feira, às 17h30, no Palácio de Belém.

É um protesto simbólico contra a promulgação do novo estatuto militar, publicado em "Diário da República".

Entre outras medidas, o novo estatuto prevê que a idade da reforma suba para os 66 anos, e avança com condições mais apertadas para os pedidos de passagem à reserva.

O Coronel Pereira Cracel diz que o diploma bloqueia as carreiras e acusa o Ministro da Defesa de principal responsável pela situação, mas não iliba o Presidente da República, nem as chefias militares.

“É um documento que vem consagrar um conjunto de normas que penalizam fortemente os militares. Vamos entregar as medalhas porque elas são representativas dos feitos por nós realizados na guerra do Ultramar. O que está em causa é gravíssimo e é tratado de uma forma cobarde. Este estatuto foi tratado nas costas dos militares”, disse à Renascença.

Os militares acusam o ministro da Defesa Aguiar-Branco de estar a prejudicar os militares com a conivência do Presidente da República.

O Coronel Pereira Cracel critica, sobretudo, o que apelida de bloqueio de carreiras. “Fundamentalmente, trata-se do completo bloqueamento de carreiras, e a diferenciação de militares mais jovens contra militares mais antigos, provocando uma erosão, em algo que é fundamentalíssimo, a coesão da hierarquia militar.