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Águas de Portugal duvida da harmonização do tarifário entre municípios

27 mai, 2015

Diferenças nas facturas dos consumidores deverão manter-se apesar da reforma do sector das águas, afirma Manuel Fernandes Thomaz.

A factura da água varia de município para município e a empresa Águas de Portugal não está optimista quanto a uma futura harmonização.

De acordo com um estudo da associação de defesa do consumidor, Deco, há diferenças na factura da água que podem rondar os 400 euros anuais, dependendo do ponto do território.

Em declarações à Renascença, Manuel Fernandes Thomaz, do conselho de administração da Águas de Portugal, explica que a reforma do sector das águas, agora concluída, permite que o custo a que o município compra o serviço à empresa seja idêntico para todos, mas que isso não deverá reflectir-se na factura do consumidor.

“Apenas fazendo reflectir na tarifa ao consumidor final aquilo que vai ser o benefício ou o aumento que está previsto no âmbito desta reestruturação, de facto, os consumidores poderiam contar com isso. Agora, eu diria que estamos longe de poder supor que os municípios vão olhar apenas para este factor novo que vai influenciar as tarifas, que tem a ver com o novo preço a que vão comprar a água e o saneamento às empresas do grupo Águas de Portugal, e reflectir isso no consumidor final.”

Manuel Fernandes Thomaz insiste que, apesar da reforma feita pelo Governo, a definição das tarifas depende dos municípios.

“Ainda muito recentemente ouvi uma declaração de uma presidente de Câmara, cuja tarifa de compra da água à empresa do grupo Águas de Portugal vai diminuir, a dizer que não ia mexer no tarifário, mas iria aproveitar essa almofada que iria adquirir a partir daí para fazer investimentos nas suas redes que estavam há muito tempo a necessitar desse tipo de investimentos. O que é que o município faz: com o benefício que poderá advir destas alterações, cabe única e exclusivamente ao município”, refere o administrador das Águas de Portugal.