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Ministra das Finanças quer "amplo consenso" sobre Segurança Social

26 mai, 2015

Governo não tem nenhuma solução fechada, garante Maria Luís Albuquerque, dois dias depois de ter admitido um corte nas pensões a pagamento.

Ministra das Finanças quer "amplo consenso" sobre Segurança Social

O Governo não tem ainda uma solução definida para garantir a sustentabilidade da Segurança Social e quer "um amplo consenso" com o PS e na Concertação Social, afirmou esta segunda-feira a ministra das Finanças, depois de ter admitido um corte nas actuais pensões.

Maria Luís Albuquerque, explicou esta segunda-feira, num encontro com militantes em Rio Maior, que o executivo não tem nenhuma solução e quer "partir de forma completamente aberta" para a discussão de um problema "que existe, está identificado e que é reconhecido também pelo Partido Socialista".

"O que temos vindo a dizer é que temos um problema de sustentabilidade na Segurança Social, o que é também reconhecido da parte do Partido Socialista. Não há nenhuma solução desenhada, nenhuma solução definida. Queremos um amplo consenso sobre essa matéria, com o PS, na Concertação Social, seguindo as linhas indicadas pelo Tribunal Constitucional", declarou.

Questionada sobre se há alternativas ao corte nas actuais pensões - medida que apontou no sábado em Ovar -, como defendeu o líder socialista, António Costa, a ministra lamentou que o PS não tenha aceitado ainda "sentar-se à mesa" com o Governo para se procurar essa solução.

"Estamos disponíveis a qualquer momento, quanto mais não seja depois das eleições, para discutirmos essas soluções em comum e conseguirmos chegar a um acordo. Partimos de espírito completamente aberto para essa negociação, sabendo que temos um problema e que temos um conjunto de restrições para o resolver, nomeadamente aquelas que foram já enunciadas pelo Tribunal Constitucional", disse.

Maria Luís Albuquerque assegurou que o Governo não quer "criar limitações".

"Se queremos uma discussão para um consenso não podemos à partida dizer que vai ser de uma forma ou doutra. Queremos uma discussão aberta, em consenso, para resolver um problema que está identificado e reconhecido por todos e manifestamos abertura para essa discussão há muito tempo", acrescentou.

A ministra disse, no sábado, num evento da Juventude Social Democrata, que o processo de garantia da sustentabilidade da Segurança Social pode passar por reduções nas atuais pensões, se tal significar uma melhor redistribuição do esforço. .

Na reacção a essa declaração, o secretário-geral do PS lembrou que "a Constituição impõe a garantia das pensões em pagamento" e afirmou que existem formas de financiamento alternativas.

Por seu turno, o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, afirmou que "qualquer alteração ao sistema de pensões deve ser discutida em amplo consenso político, nomeadamente com o maior partido da oposição", sublinhando que "não há neste momento nenhuma medida a ser discutida, não há nenhuma proposta a ser apresentada".