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Advogado de Sócrates vai recorrer de prolongamento da prisão preventiva

22 mai, 2015

O juiz Carlos Alexandre decidiu prolongar a prisão preventiva do antigo governante por mais três meses, após parecer do procurador do Ministério Público Rosário Teixeira.

O advogado de José Sócrates confirmou que vai recorrer do prolongamento da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro, apesar de ainda não ter sido notificado da decisão do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).

O “Correio da Manhã” noticia esta sexta-feira que o juiz Carlos Alexandre decidiu prolongar a prisão preventiva de José Sócrates por mais três meses, após parecer do procurador do Ministério Público Rosário Teixeira.

Segundo o jornal, Carlos Alexandre alega que o ex-primeiro-ministro poderá perturbar a investigação, caso seja libertado, fundamento aplicado, igualmente, ao empresário e amigo de José Sócrates Carlos Santos Silva, também detido no âmbito da "Operação Marquês".

"Apesar de ainda não ter sido notificado da decisão do tribunal, vou interpor recurso da mesma, porque mesmo sem a conhecer já existem fundamentos para recorrer dela", disse à agência Lusa João Araújo.

Para o advogado, "o mais extraordinário neste processo é o facto de as decisões judiciais serem comunicadas através da comunicação social e, em particular, do ‘Correio da Manhã’, algo que não está previsto na lei".

"A lei prevê que as decisões judiciais sejam comunicadas por fax, por correio electrónico ou por carta registada, mas nunca por órgãos de comunicação social", argumentou.

"Vou reagir com firmeza a esta forma abusada de tratar as pessoas, que me choca e que não devia acontecer com ninguém", acrescentou, sublinhando tratar-se de uma forma "ignóbil" de lidar com as pessoas.

"Não se faz, nem que fosse o maior criminoso do mundo", frisou, definindo o que se passou como "um tráfico obsceno de notícias".

José Sócrates foi detido a 21 de Novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, e o empresário Carlos Santos Silva tinha sido detido no dia anterior. É acusado dos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.