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Precisa-se compromisso entre forças políticas para erradicar a pobreza

18 mai, 2015 • Henrique Cunha

Principais partidos políticos discutem tema no Parlamento. Em 2014, uma em cada quatro pessoas residentes em Portugal vivia em risco de pobreza ou exclusão social.

Precisa-se compromisso entre forças políticas para erradicar a pobreza
Criar uma estratégia nacional para combater a pobreza e a exclusão social. Este é o apelo que a Rede Europeia Anti-Pobreza leva a debate esta segunda-feira no Parlamento, apelando um compromisso entre os diferentes partidos.

A Rede Europeia Anti-Pobreza quer que o assunto marque a agenda da próxima campanha eleitoral. “Penso que todos terão o desejo de encontrar um consenso num texto que a todos mobilize para esse projecto”, disse à Renascença o Padre Jardim Moreira.

O programa visa “dar apoio e resposta” aos dois milhões de portugueses que vivem em situação de pobreza e exclusão social.

Todos os partidos com assento parlamentar aceitaram participar numa mesa redonda promovida por este organismo. No final, a economista Manuela Silva apresentará um documento com as conclusões que todos devem subscrever.

Para o padre Jardim Moreira, “todos os partidos deverão querer estar do lado da Justiça e do lado social, até para conquistar votos”.

“Portugal enfrenta enormes desafios" devido ao “agravamento do desemprego e das situações de pobreza e exclusão social em Portugal” decorrentes das “políticas macroeconómicas baseadas na austeridade”, lembra o organismo.

Em 2014, uma em cada quatro pessoas residentes em Portugal vivia em risco de pobreza ou exclusão social, segundo números preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelam uma deterioração das condições de vida desde 2011.

Entre 2010 e 2014, ficaram em risco de pobreza ou exclusão social mais de 200 mil pessoas, uma vez que este indicador passou dos 24,4% da população residente em 2011 para 27,5% em 2013, estimando o INE que esta proporção se tenha mantido no ano passado.