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Primeiro-ministro alerta para “novas sombras” e faz apelo aos pilotos da TAP

06 mai, 2015

Passos Coelho lembra o impacto financeiro do protesto e pede aos pilotos para mostrarem que estão a defender a empresa.

O primeiro-ministro insistiu num apelo aos pilotos da TAP para que se demarquem da greve e mostrem que lhes interessa "defender a empresa e a economia nacional".

"Aproveito esta ocasião mais do que para alertar para os prejuízos que decorrem para a economia nacional e sobretudo para a empresa desta greve, para mais uma vez, procurar sensibilizar e apelar ao conjunto dos pilotos da TAP para que se demarquem desta iniciativa do sindicato e, numa altura em que novas sombras se juntam para futuro, mostrem que lhes interessa sobretudo defender a empresa e a economia nacional", afirmou Passos Coelho.

No debate quinzenal no parlamento, em resposta ao líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, o chefe de Governo argumentou que, mais do que o impacto conjuntural sobre o turismo e o comércio, a greve dos pilotos da transportadora aérea nacional tem um "impacto sobre a reputação da empresa, que pode demorar muito tempo até conseguir ser ultrapassado".

Passos Coelho apontou ainda para "o impacto financeiro sobre a própria empresa".

"Vale a pena recordar que a TAP é uma empresa que precisa de recapitalização de modo a poder investir operacionalmente na melhoria do seu serviço, num serviço mais eficiente, poupando em combustível, conseguindo mais conforto, melhores e mais rotas, que possam suportar no ‘hub’ de Lisboa uma operação com mais sucesso", justificou.

Para o primeiro-ministro, "é isso que está em causa no processo de privatização".

"O Estado não está em condições de proceder recapitalização da empresa, de resto, está impedido de o fazer. Se a privatização não tiver sucesso a alternativa que espera: é uma reestruturação que só pode assentar num despedimento colectivo sensível, na redução nas rotas, dos equipamentos", disse, reiterando a ideia de que isso transformaria a TAP numa pequena empresa.

Os pilotos convocaram uma greve para o período entre 1 e 10 de Maio por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em Dezembro de 2014, nem um outro, assinado em 1999, que lhes dava direito a uma participação de até 20% no capital da empresa no âmbito da privatização.