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Pilotos da TAP admitem prolongar greve

05 mai, 2015

Os três primeiros dias de paralisação custaram 10 milhões de euros à empresa, segundo as contas do Governo.

Pilotos da TAP admitem prolongar greve
Os pilotos da TAP admitem prolongar a paralisação para lá dos dez dias. A ameaça foi deixada na segunda-feira, durante uma sessão de esclarecimento na sede do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).

O fundo de greve permite aos pilotos suportar “mais de” 15 dias de paralisação, escreve o “Diário Económico” esta terça-feira. O novo protesto pode ocorrer no final de Maio ou nos feriados de Junho.

Segundo fonte próxima da direcção, está pré-agendada para dia 10 de Maio uma nova assembleia geral onde, se não houver entretanto um desenlace para o braço-de-ferro entre os pilotos, o Governo e a administração da TAP, vão ser discutidas novas formas de luta.

O Governo estima um prejuízo de 10 milhões de euros nos primeiros três dias da greve. Dez dias de paralisação devem representar um prejuízo de 30 milhões, afirmou o secretário de Estado dos Transportes na segunda-feira, apelando ao sindicato que desconvoque o protesto.

Quota da TAP da cair 
Segundo o secretário de Estado Sérgio Monteiro, nas duas últimas semanas de Abril, com a decisão da greve, a quota da TAP no aeroporto de Lisboa caiu para o mínimo de sempre.

"Temos números muito fiáveis que nos mostram que a confiança dos clientes na TAP se está a ressentir", afirmou o secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, numa conferência de imprensa no Ministério da Economia. E garantiu que não se trata de retórica.

"Nas duas últimas semanas de Abril bastou que houvesse um anúncio da greve", decidida pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), "para que a quota de mercado da TAP no aeroporto de Lisboa (o mais representativo) tenha caído para o mais baixo nível de sempre, desde que há registos de quota de mercado", explicou o governante. "Isto é muito expressivo. Esta greve não beneficia a TAP", mas sim as companhias aéreas que operam no mercado português, sublinhou Sérgio Monteiro.

Os pilotos convocaram uma greve para o período entre 1 e 10 de Maio por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em Dezembro de 2014, nem um outro, assinado em 1999, que lhes dava direito a uma participação de até 20% no capital da empresa no âmbito da privatização.

"A TAP está a ressentir-se de forma muito importante" na relação de confiança com os clientes, a qual "num ápice se perde", avisou o secretário de Estado.