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Greve dos pilotos afecta sobretudo voos da Portugália na Europa

04 mai, 2015

A TAP prevê realizar 70% dos cerca de 300 voos programados para esta segunda-feira.

Greve dos pilotos afecta sobretudo voos da Portugália na Europa
No primeiro dia de trabalho, após quatro dias de paralisação dos pilotos da TAP, mais de 300 passageiros concentraram-se desde as primeiras horas da manhã junto ao balcão de informações nas partidas do aeroporto Francisco Sá Carneiro. Muitos voos foram cancelados em cima da hora. Para desespero de quem esperava hoje regressar ao trabalho.

A TAP prevê realizar 70% dos cerca de 300 voos programados para esta segunda-feira, neste quarto dia de greve dos pilotos.

"Prevemos fazer 70% da operação da TAP prevista para hoje, na linha daquilo que aconteceu também nos dias anteriores desta greve. Os voos mais afectados são os da Europa, os de longo curso prevemos conseguir fazer. Também estão a ser muito afectados os voos da Portugália”, explicou Carina Correia, do gabinete de imprensa da TAP.

A reportagem da Renascença constatou que, apesar da greve, o dia no aeroporto da Portela, em Lisboa, é descrito como normal. Já no Porto, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, a situação é mais confusa.

No domingo, a TAP realizou (até às 19h00) 70% dos 272 voos programados, o que equivale a 189, tendo sido cancelados 83, a maioria dos quais da Portugália, revelou a empresa.

Os pilotos da TAP estão em protesto por considerarem que o Governo não está a cumprir dois acordos, assinados em 1999 e em Dezembro de 2014.

O primeiro conferia aos pilotos uma participação de até 20% da TAP em caso de privatização, em troca de actualização dos salários, mas o Governo diz actualmente que a pretensão não tem qualquer validade, remetendo para um parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República, que dá aquela pretensão como prescrita.

O segundo acordo juntou nove sindicatos, em Dezembro passado, mas o SPAC diz que o Governo não pretende cumpri-lo, o que é manifesto pelo facto de não ter incluído sanções ao incumprimento no caderno de encargos da privatização. Neste ponto, o mais polémico é a reposição das diuturnidades (subsídio de senioridade), congeladas sucessivamente desde o Orçamento de Estado para 2011.

O primeiro dia de greve ficou marcado ainda por uma reunião do Governo com o presidente da TAP, Fernando Pinto. No final da reunião, o ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou aos jornalistas que já não havia "nada para negociar" com os pilotos.

Nos dez dias de greve, deverão ser afectados cerca de 3.000 voos e 300 mil passageiros.