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Lesados do BES exigem demissão de governador do Banco de Portugal

30 abr, 2015

Protesto acontece em Braga. Um dos manifestantes lembra que as conclusões da comissão de inquérito "apontam culpas" ao regulador e isso dá aos "lesados" um novo "alento" para a luta.

Lesados do BES exigem demissão de governador do Banco de Portugal
Cerca de uma centena de lesados com a compra de papel comercial aos balcões do BES está a manifestar-se em frente à delegação do Banco de Portugal em Braga e exige a demissão do governador, Carlos Costa.

Segundo os manifestantes, que antes protestaram junto a uma delegação do Novo Banco no centro de Braga e vão depois percorrer outros balcões do antigo Banco Espírito Santo (BES) na cidade, as conclusões do inquérito parlamentar dão "força e razão" às suas reivindicações.

Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Associação dos indignados e Enganados do Papel Comercial, Alberto Neves, explicou que as manifestações vão continuar até que "todos" sejam restituídos do que lhes foi "roubado", mas alertou que não devem ser os contribuintes a "arcar" com o prejuízo.

"Não queremos que sejam os contribuintes a arcar com a responsabilidade, tem de ser o Banco de Portugal, havia uma provisão para isto. O senhor Carlos Costa tem culpas neste processo e deve sair da instituição", defendeu o responsável.

Alberto Neves disse que as conclusões da comissão de inquérito "apontam culpas" ao regulador e isso dá aos "lesados" um novo "alento" para a luta.

"De grosso modo, a comissão esta favorável e do nosso lado, a Comissão do Mercados de Valores Mobiliários também, a sociedade civil também e isto é uma injustiça e uma imoralidade", afirmou.

O responsável garantiu ainda que esta não será a única manifestação promovida pela associação. "É uma de muitas que temos preparadas até que nos seja pago o reembolso integral das poupanças da nossa vida".

A 3 de Agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição. No chamado banco mau um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas, enquanto no banco bom, o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.