Emissão Renascença | Ouvir Online

Trabalhadores da TAP convocam marcha silenciosa contra greve de pilotos

28 abr, 2015

Colegas escrevem que não querem ser “danos colaterais” daquilo que consideram ser uma “insensata teimosia” dos pilotos da transportadora.

Os funcionários da TAP vão realizar esta quarta-feira uma marcha silenciosa contra a greve dos pilotos marcada para os primeiros 10 dias de Maio.

De acordo com uma convocatória interna, a iniciativa está agendada para as 12h30, junto ao Terminal de Tripulações da TAP.

Alguns trabalhadores alertam que a paralisação não está a colocar apenas em causa o futuro da TAP, mas também o das famílias dos 10.800 funcionários do grupo.

Na convocatória, os trabalhadores escrevem que não querem ser “danos colaterais” daquilo que consideram ser uma “insensata teimosia” dos pilotos da transportadora.

Governo apela à “consciência individual” dos pilotos
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, lançou hoje um apelo à "consciência individual" dos pilotos da TAP e da Portugália, para que decidam se vão aderir ou não à greve convocada para o período de 1 a 10 de Maio.

"Julgo que há informação suficiente para que cada piloto, em consciência, possa tomar essa decisão", considerou o governante, em declarações à Lusa, acrescentando que "se muitos decidirem trabalhar, teremos certamente impacto menor da greve e uma melhor companhia aérea depois deste período de 10 dias".

"Claramente a bola já não está do lado do Governo desde Dezembro, porque fez o que lhe competia, tal como a empresa. A bola está do lado dos pilotos", sublinhou Sérgio Monteiro, que falava depois de uma reunião de trabalho com a ministra do Fomento espanhol, Ana Pastor.

Quanto à privatização da transportadora aérea, uma vez que a entrega de propostas está agendada para 15 de maio, o secretário de Estado salientou que "não houve nenhuma desistência de potenciais interessados depois do anúncio da greve".

Sérgio Monteiro disse também que o Governo está a trabalhar "empenhadamente" para que o impacto no processo de privatização da TAP "seja o menor possível".

No entanto, quanto ao futuro da companhia após a greve, indicou que é "muito sombrio". "Não quero criar cenários demasiado catastrofistas, mas uma companhia aérea que vive 10 dias com os aviões parados no dia a seguir é diferente porque perdeu a confiança dos clientes", salientou.