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Sindicato diz que não há revista a visitantes na cadeia de Castelo Branco

27 abr, 2015

Vários reclusos ficaram intoxicados com substância psicadélica. Direcção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais garante à Renascença que todo o sistema prisional "tem prosseguido uma política de controlo e combate à entrada de estupefacientes".

O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Jorge Alves, admite a existência de falhas de segurança no estabelecimento prisional de Castelo Branco, onde se verificou a intoxicação de vários reclusos com uma substância psicadélica.

Em declarações à Renascença, o presidente do SNCGP diz que os seus colegas em Castelo Branco "não estão autorizados a revistar" os visitantes, que passam, somente, pelo pórtico detector de metais.  

"A entrada [de materiais ilícitos] parece que não é tão difícil como isso em Castelo Branco, dadas as condições que os meus colegas tem para desempenhar a fiscalização adequada e o controle de pessoas e bens na entrada do estabelecimento", diz Jorge Alves.

Para o dirigente sindical, "o que falta é regulamentação", de modo a que os guardas prisionais possam trabalhar "todos igual, do mesmo modo", sem que "um director que possa interferir na segurança, ditando ele próprio as suas regras".

Questionado sobre se as sucessivas greves dos guardas prisionais não diminuem a segurança nas cadeias, Jorge Alves garante que, pelo contrário, a segurança "aperta" nesses momentos porque não é autorizada a entrada de sacos.

Sob investigação
Em resposta à Renascença, a Direcção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais reafirma que a ocorrência está a ser averiguada e que a investigação criminal está a cargo da Polícia Judiciária de Coimbra e do Ministério Público.

A direcção sublinha ainda que o sistema prisional nacional tem prosseguido uma política de controle e combate à entrada de estupefacientes.

"O Estabelecimento Prisional de Castelo Branco, como os demais estabelecimentos prisionais, tem prosseguido uma política de controlo e combate à entrada de estupefacientes que permitiu que, em 2013 e 2014 e no conjunto do sistema prisional, se tivesse verificado um aumento do volume de apreensões de 35% no haxixe e de 47% na cocaína, tendo diminuído em 63% a heroína aprendida. Para estes resultados contribuíram certamente o trabalho desenvolvido pelas equipas cinotécnicas, tanto na prevenção dissuasora da entrada de estupefacientes nos Estabelecimentos Prisionais, como na sua detecção", lê-se na nota enviada à Renascença.

A Direcção-geral esclarece também que os reclusos que sofreram a intoxicação continuam a ser tratados no Hospital de Castelo Branco e que eram regularmente acompanhados pelos serviços clínicos e de psicologia da Cadeia de Castelo Branco. 

O hospital vai fazer novo ponto de situação clínica às 16h00.

[notícia actualizada às 13h04]