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UGT acusa sindicato da aviação civil de “vaidade e elitismo"

31 mar, 2015

Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, uma das estruturas mais importantes da UGT, anunciou que vai abandonar a central sindical.

O líder da UGT, Carlos Silva, tece duras críticas à saída do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) da central sindical. Carlos Silva acusa a direcção do sindicato de "vaidade e elitismo" e garante que há muito tempo que não participavam na vida da central sindical.

"Não podemos aceitar que uma organização, por mais importante que possa ser quando se vê ao espelho todos os dias, tente condicionar as decisões das outras organizações suas congéneres que também são filiadas dentro da central", critica Carlos Silva.

"Isso é uma tentativa de demonstrar alguma vaidade e elitismo", acrescenta, garantido que, apesar de a lamentar, a saída não cria "problemas à central".

O SNPVAC é um dos sindicatos com maior peso na União Geral de Trabalhadores. A saída do SNPVAC foi avançada na segunda-feira pela Renascença.

A decisão foi tomada pelos membros do sindicato em referendo realizado entre os dias 10 e 24 deste mês e confirmada numa assembleia-geral realizada esta segunda-feira. A opção de abandonar a UGT mereceu 84% dos votos.

A desvinculação surge na sequência da deterioração das relações entre a UGT e o SNPVAC. As relações entre as duas partes já eram tensas, mas pioraram  ainda mais com a entrada de Carlos Silva para secretário-geral da central sindical.

Um dos últimos factores de tensão foi o facto de o sindicato ter decidido manter a greve na TAP para os dias 27 a 30 de Dezembro, enquanto outras organizações sindicais filiadas na UGT fizeram parte de um grupo de que negociou um acordo com o Governo, no âmbito da privatização da companhia aérea.

Luciana Passo disse à Renascença que o crescente desconforto ditou a saída. "Era uma sensação que já existia. Nesta altura, algumas cartas enviadas para o sindicato pela UGT causaram um certo desconforto, pelo teor. Acho que a votação dos associados reflectiu esse desconforto e a vontade de não permanecer na central sindical", afirma a sindicalista.

Fundado em 1957, o SNPVAC representa 90% dos cerca de 2.500 tripulantes de cabine da TAP.