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Obrigatoriedade de haver duas pessoas no cockpit "deve ser medida global"

27 mar, 2015 • Pedro Mesquita

Joaquim Carvalho, presidente do Instituto Nacional de Aviação Civil entre 2000 e 2006, defende a adopção do procedimento já obrigatório em alguns países.

O antigo presidente do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), Joaquim Carvalho, concorda com a obrigatoriedade da permanência de duas pessoas a bordo dos "cockpit" dos aviões comerciais. A medida tem sido adoptada por várias companhias aéreas na sequência da tragédia nos Alpes franceses.

O homem que liderou o INAC entre 2000 e 2006, período em que o terrorismo alterou o mundo da aviação comercial devido aos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, defende que a medida deve ser aplicada "não só a nível nacional", mas também "pela organização da aviação civil internacional e da União Europeia".
 
"Todas as vezes em que o piloto ou o co-piloto tem que sair, deve ser substituído pelo supervisor de cabina. É normal. Já muitas companhias têm este procedimento. Substituir quer dizer ir para o 'cockpit' alguém para poder operar os sistemas de desbloqueamento da porta de acesso", explica à Renascença.

Tal como nos momentos conturbados anos pós-2011, Joaquim Carvalho continua a rejeitar a possibilidade de presença a bordo de um "sky marshall" (uma espécie de polícia do ar) armado: "Mantenho exactamente a mesma posição. Se existirem 'sky marshalls' desarmados a bordo, tudo bem. Mas se lá estiverem com armas de fogo, de forma nenhuma".
 
O antigo presidente do INAC argumenta que com uma arma a bordo "o risco aumenta exponencialmente", quando é recomendável "manter a bordo o risco absolutamente controlado".