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Aumentaram os casos de violência contra crianças e idosos

26 mar, 2015

Os dados são do relatório anual da APAV, relativo a 2014. Em média, todas as semanas, 16 idosos e 19 crianças são vítimas de violência em Portugal.

Aumentaram os casos de violência contra crianças e idosos
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou um aumento de 10,1% de casos de violência contra idosos em 2014, face ao ano anterior, num total de 852 casos. As situações de agressões a crianças e jovens subiram 2%, de 974 para 992.

Os dados constam do relatório anual da APAV, relativo a 2014, segundo o qual, em média, todas as semanas, 16 idosos e 19 crianças são vítimas de crime em Portugal.

“Entre mulheres e homens, no seu conjunto, o aumento percentual foi o mais significativo com 12,4%”, refere o documento, a que a agência Lusa teve acesso.

Todas as semanas, em média, 130 mulheres e 21 homens recorrem aos serviços da associação. Em 2014, a APAV abriu mais de 12 mil processos de apoio com atendimentos, a maioria dos quais de violência doméstica.

Em termos comparativos, representa um aumento de quase 5% no número de processos com atendimentos, de 2013 para 2014, e do número de crimes em 4,4%.

Do total de crimes registados pela APAV, “claramente que os crimes contra as pessoas, particularmente no que diz respeito à violência doméstica (maus-tratos físicos e psíquicos) sobressaem face aos restantes, com 78,4%”.

Sobre quem recorreu à associação em 2014, a grande maioria eram mulheres (82,3%) com idades entre os 25 e os 54 anos. Relativamente à escolaridade, os níveis de ensino superior (7,6%) e o nível de ensino básico do 3º ciclo (4,8%) destacaram-se face aos restantes.

Quanto à principal actividade económica, 29,6% dos utentes encontravam-se empregados e 19,4% desempregados.

As grandes zonas urbanas concentram o maior número de vítimas que recorrem aos serviços da APAV.

Os dados indicam ainda que o principal local do crime assinalado foi a residência comum (entre vítima e autor do crime) com 52,6% das sinalizações.

A maioria dos autores dos crimes (mais de 80%) eram homens, 35,6% casados e em 31,7% dos casos tinham uma actividade profissional regular.