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Revista "Visão" revela gravação que confirma "lista VIP"

18 mar, 2015

Polémica está relacionada com uma lista de contribuintes cujo acesso ao cadastro fiscal é vigiado pelas chefias, como o nome de Passos Coelho ou de Cavaco Silva.

Revista "Visão" revela gravação que confirma "lista VIP"
A "lista VIP" existe? A revista "Visão", que noticiou a sua existência, reitera que sim e apresenta gravações áudio que o comprovam.

A 20 de Janeiro, o chefe de serviços de auditoria da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) falava para mais de 200 candidatos a inspectores. Segundo a edição "online" da revista, Vítor Lourenço repetiu o que já tinha dito horas antes, numa outra sessão, para 300 inspectores tributários estagiários oriundos da AT e de vários ministérios.

Vítor Lourenço só mudou a expressão "bolsa VIP" para "pacote VIP" para se referir aos contribuintes cujo acesso ao cadastro fiscal pelos funcionários da Autoridade Tributária é vigiado pelas chefias.

O mesmo responsável revelou que os acessos ao cadastro fiscal do Presidente da República também foram investigados pelos serviços de auditoria.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais rejeitou esta quarta-feira qualquer responsabilidade do Governo na alegada "lista VIP" de contribuintes, mas admitiu que o documento possa existir. "Houve procedimentos internos e propostas no âmbito da Autoridade Tributária nesta matéria, sem que jamais o Governo tenha tido conhecimento dessa questão ou que o Governo tenha sido informado", afirmou Paulo Núncio.

A polémica levou o director-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) a apresentar demissão esta quarta-feira.

Na carta de demissão, António Brigas Afonso reafirma que não existe uma "lista VIP" de contribuintes, mas justifica a sua saída por não ter informado a tutela sobre procedimentos internos que podem ter criado a percepção de que essa lista existia.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) garantiu à Renascença, na semana passada, que existem vários funcionários a responder em processos internos por terem acedido a nomes da suposta lista. Segundo Paulo Ralha, fizeram-no por razões profissionais e não por curiosidade.