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Natalidade tem de ser colocada na agenda política. “A situação é demasiado grave”

16 mar, 2015

O investigador que presidiu à Comissão Independente para uma Política de Natalidade disse num seminário que a generalidade das pessoas não compreende que a falta de crianças ameaça o próprio estado social.

O autor do relatório sobre natalidade, Joaquim Azevedo, alerta para a necessidade de se trazer para a agenda política o tema da natalidade, com “medidas coerentes” que combatam “o grave problema que o país tem entre mãos”.

“Estamos com um problema muito grave nas mãos, como país, e temos de lhe responder com urgência. Propomos medidas de incentivo à natalidade em diferentes áreas, mas tem de haver um todo coerente”, alegou.

Na sua intervenção no seminário: “A crise da natalidade e o futuro do país: temos respostas?”, que decorreu ao longo da tarde em Viseu, o professor catedrático Joaquim Azevedo, que presidiu a Comissão Independente para uma Política de Natalidade, recordou algumas medidas de incentivo à natalidade que figuram no relatório “Por um Portugal amigo das crianças, das famílias e da natalidade” 2015-2035, de que é autor.

O documento, encomendado no ano passado pelo Partido Social Democrata (PSD) a uma equipa de 11 personalidades de várias áreas, propõe um conjunto de medidas nas áreas da fiscalidade, saúde, educação, trabalho e família, que visam a formulação de uma política de promoção da natalidade.

Na sua opinião, com o agravamento da crise de natalidade que o país vem atravessando e que se tem acentuado desde 2000, o próprio modelo de Estado Social pode estar em causa.

“A situação é demasiado grave, mas a generalidade das pessoas não tem consciência da gravidade da situação em termos de futuro: compromete claramente o tipo de vida que construímos ao longo destes 40 anos e a sobrevivência do próprio modelo de Estado Social”, sustentou.

Aos jornalistas, o coordenador da Comissão Independente para uma Política de Natalidade em Portugal reiterou a necessidade de voltar a trazer o tema para os debates da actualidade.

“O debate que houve na Assembleia da República, entre todas as forças políticas em torno desta questão, devia agora ser trazido para a luz dos seus resultados e devia ser discutido de novo”, concluiu.