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Incêndio no Carregado provoca prejuízos de milhões, mas empregos estão garantidos

04 mar, 2015

Foi a segunda vez em seis meses que a fábrica da Dura Automotive Portugal foi atingida pelo fogo.  Judiciária e peritos das seguradoras estão a investigar.

Incêndio no Carregado provoca prejuízos de milhões, mas empregos estão garantidos
Um incêndio consumiu esta terça-feira uma fábrica de peças de automóveis no Carregado. O repórter da Renascença no local descreve um cenário catastrófico, esta manhã, com o pavilhão onde funcionava a Dura Automotive caído por terra. Os funcionários presentes no local mostraram muita preocupação com a possível perda dos postos de trabalho.
A Dura Automotive Portugal revelou ter tido um prejuízo acima dos sete milhões de euros na sequência do incêndio na fábrica do Carregado, mas garantiu que os postos de trabalho estão todos salvaguardados.

Paulo Pacheco, director da fábrica de componentes para automóveis do Carregado, disse à agência Lusa que a empresa vai manter os 280 postos de trabalho, apesar do incêndio ocorrido na terça-feira à noite que destruiu por completo um dos dois pavilhões, onde trabalhavam 110 pessoas.

Em alternativa ao despedimento, o responsável adiantou que vai "aproveitar para dar férias e horas por gozar a alguns trabalhadores", enquanto outros vão ser transferidos para as secções que laboram no outro pavilhão que a fábrica tem no Carregado, concelho de Alenquer.

"A fábrica não vai parar. O pavilhão 01 já está a trabalhar normalmente", disse, adiantando que a empresa tenciona mudar "rapidamente" para as novas instalações que estão a ser construídas dentro do complexo industrial do Grupo Salvador Caetano, de modo a minimizar eventuais efeitos do incêndio na produção.

Numa primeira avaliação aos estragos, uma vez que os peritos continuam no local a fazer esse levantamento, Paulo Pacheco afirmou que os prejuízos estão "acima dos sete ou oito milhões de euros no mínimo".

O incêndio destruiu de forma parcial também a Caetano Coatings, outra fábrica de componentes para automóveis, situada no mesmo complexo industrial. A administração desta empresa remeteu para mais tarde possíveis esclarecimentos, mas o presidente da câmara de Alenquer, Pedro Folgado, disse hoje que, em contacto com a administração, recebeu a informação de que os postos de trabalho também seriam mantidos.

Segundo o autarca, as duas fábricas empregam cerca de 600 trabalhadores.

Autoeuropa obrigada a alterar produção
A Autoeuropa, em Palmela, vai ser obrigada a alterar a sua produção diária de automóveis devido ao incêndio na fábrica de componentes automóveis Dura Automotive. Em comunicado, a empresa refere que, "como medida preventiva, e de modo a minimizar o impacto na actividade da Volkswagen Autoeuropa, foi alterado o 'mix' diário de produção, de forma a produzir em maior quantidade os modelos Eos e Scirocco, menos impactados com esta situação".

Um problema numa máquina da secção de pinturas da fábrica Caetano Coatings terá causado o incêndio cerca das 19h20 de terça-feira, sendo o curto-circuito uma das possíveis causas apontadas. Houve registo de oito feridos ligeiros, incluindo três bombeiros.

Devido ao material inflamável, o incêndio alastrou à fábrica Dura Automotive Portugal, destruindo por completo as secções de montagem e de pintura de ambas. No interior de ambas, estavam 120 trabalhadores, que conseguiram sair a tempo.

Esta foi a segunda vez em seis meses que a fábrica da Dura Automotive Portugal, no Carregado, foi atingida pelo fogo. Além dos peritos das seguradoras, encontram-se no local também inspectores da Polícia Judiciária a investigar as causas do incêndio.