Militares “invadem” Cabeceiras de Basto antes de partida para o Kosovo
04 mar, 2015 • Isabel Pacheco
“Pode criar estranheza no princípio, mas depois torna-se normal”, dizem os habitantes. Miúdos e graúdos arregalam os olhos à sua passagem e até os assaltos diminuíram. Só existe um senão.
O concelho minhoto de Cabeceiras de Basto foi o palco escolhido para os treinos de preparação de 177 militares antes da partida para o Kosovo. “Pode criar uma certa estranheza no princípio, mas depois torna-se normal e já nos habituámos às movimentações militares aqui na vila. Despercebidos de todo não passam. Invadiram pacificamente”, admite um habitante à Renascença.
O contingente prepara-se para uma missão de paz e instalou o quartel no pavilhão gimnodesportivo. A Brigada de Intervenção do Regimento de Cavalaria número 6, de Braga, não passa despercebida e faz as delícias dos mais novos. Mas não só. Também chamam a atenção das senhoras.
“Então não chama? Lava a vista de vez em quando”, atesta Cristina Limões, uma das habitantes da vila. O vizinho Jaime Barros, por seu lado, não tem dúvidas: a presença dos militares trouxe mais respeito.
“Desde que os militares chegaram, nunca mais ouvi falar de assaltos”, sublinha. E há ainda quem veja vantagens para o futuro: “É também uma forma dos estudantes futuramente se motivarem a irem para o serviço militar”, defende Jorge Teixeira.
O único senão é mesmo a falta de aulas de educação física dos pequenos, dado que o contingente se instalou no pavilhão gimnodesportivo. Mas é pouco importante, face à vida e visibilidade que os militares trazem à vila e movimento ao comércio.
“Vêm cá tomar café, de manhã, tarde e à noite”, afirma à Renascença Sónia Teixeira, que por estes dias ganhou nova clientela no café.
A Brigada de Intervenção do Regimento de Cavalaria está em Cabeceiras de Basto até ao final desta semana e parte para o Kosovo no final do mês.