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Falta apoio financeiro e técnico ao ensino especial

04 mar, 2015

Estudo encomendado pelo Ministério da Educação identifica várias falhas. No ano lectivo de 2013/14, apenas 2% dos alunos com necessidades educativas especiais frequentavam escolas especializadas.

Falta apoio financeiro e técnico ao ensino especial
Um estudo encomendado pelo Ministério da Educação, divulgado esta quarta-feira pela agência Lusa, concluiu que faltam verbas e técnicos para apoiar os alunos com necessidades educativas especiais que frequentam as escolas de ensino regular.

O estudo sobre o impacto da prestação de serviços dos Centros de Recursos para a Inclusão, que apoiam alunos com necessidades educativas especiais, concluiu que o modelo de integração inclusiva deve continuar, mas com correcções.

Foram questionados responsáveis de escolas, encarregados de educação e alunos e, de uma maneira geral, todos apontam como principais falhas a falta de verbas e de recursos humanos, facto que está a afectar o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. Estes acabam por ter um apoio de baixa abrangência, duração e frequência.

O rácio entre alunos e técnicos está desequilibrado e, em alguns casos, o mesmo técnico tem de percorrer longas distâncias, por trabalhar em várias escolas geograficamente muito afastadas.

O estudo alerta para o facto de existir uma “elevada rotatividade dos técnicos”, que são constantemente substituídos.

Outro dos problemas prende-se com o facto de os Centros de Recursos para a Inclusão não prestarem apoio na educação pré-escolar, o que significa uma desvantagem na intervenção precoce.

A aposta na formação profissional dos colaboradores e sua avaliação assim como a organização dos centros são algumas das qualidades reconhecidas a estas entidades e apontadas como podendo ser responsáveis por "diminuir o eventual impacto negativo da rotatividade".

Apesar dos problemas identificados, os entrevistados reconhecem a qualidade dos profissionais envolvidos e consideram que os seus perfis se adequam às necessidades.

No ano lectivo de 2013/14, só 2% dos alunos com necessidades especiais frequentava escolas especiais. Os restantes frequentavam escolas regulares.