03 mar, 2015 • Celso Paiva Sol
O ex-vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristóvão foi detido por suspeita de assaltos à mão armada, sequestros e associação criminosa, apurou a Renascença junto de fonte policial.
A investigação já vem do ano passado e é a mesma que, em Julho de 2014, levou à detenção de 12 pessoas pela alegada prática de roubos violentas em residências. Nesse grupo estavam três agentes da PSP.
A investigação continuou e a Judiciária considera que tem agora as provas suficientes para incriminar Paulo Pereira Cristóvão, entre outras coisas, como a pessoa que sinalizava os alvos prioritários para este grupo de assaltantes.
Na operação desencadeada esta terça-feira de manhã, na zona da grande Lisboa, a Unidade de Combate ao Terrorismo da Judiciária deteve o ex-dirigente leonino, mas também outros dois homens, entre os quais estará um dos líderes de uma das claques do Sporting.
Paulo Pereira Cristóvão foi dirigente do Sporting durante a presidência de Godinho Lopes, entre Março de 2011 e Junho de 2012.
A sua passagem do antigo inspector da Polícia Judiciária pelo clube de Alvalade ficou marcada pelo "caso Cardinal", que acabou por ditar a sua saída do cargo de vice-presidente do Sporting, com os pelouros do património, infra-estruturas, operações, segurança e grupos organizados de adeptos.
No final de 2012, Paulo Pereira Cristóvão foi acusado pelo Ministério Público de sete crimes, no âmbito do chamado "caso Cardinal", uma alegada tentativa para envolver o árbitro assistente José Cardinal num esquema de corrupção.
O caso teve início numa carta anónima a denunciar um alegado suborno ao árbitro assistente José Cardinal, nomeado para um jogo entre o Sporting e o Marítimo, em Abril de 2012.
Em declarações à Renascença, em Novembro de 2013, Paulo Pereira Cristóvão prometeu ser "implacável na perseguição, pessoal e legal", dos indivíduos que o difamaram. "Isso jamais perdoarei. Algumas pessoas já estão identificadas", disse o antigo dirigente leonino.
[notícia actualizada às 12h20]