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Passos não joga pingue-pongue com Tsipras (mas troca bolas)

02 mar, 2015 • João Carlos Malta

Passos Coelho recusou esta segunda-feira entrar numa troca de acusações com o primeiro-ministro grego, mas assumiu que Portugal teve uma "postura exigente" para a necessidade de haver "grande clareza" quando há dinheiro emprestado em causa.

Passos não joga pingue-pongue com Tsipras (mas troca bolas)
Passos Coelho recusou esta segunda-feira entrar numa troca de acusações com o primeiro-ministro grego, mas assumiu que Portugal teve uma "postura exigente" para a necessidade de haver "grande clareza" quando há dinheiro emprestado em causa.
O tema do dia era o não pagamento de Passos Coelho às obrigações à Segurança Social, mas esta segunda-feira o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, teve de responder a outro assunto quente da actualidade: as críticas que o líder do governo grego, Alexis Tsipras, lançou a Portugal e Espanha na recente negociação para a extensão em quatro meses do financiamento à Grécia.

Primeiro, Passos disse que não ia a jogo nesta matéria: "Não vou entrar num pingue-pongue com o primeiro-ministro grego".

Depois, decidiu trocar umas bolas. "O facto de termos sido exigentes, como outros governos foram, quanto à necessidade de o governo grego manifestar de forma muito clara a sua vontade de cumprir as suas obrigações que foram contraídas no passado, é um dever de exigência natural", começou por atirar Passos. 

"Não pode ser considerado uma tentativa de derrubar governos ou de conspirar contra governos", garante.

Passos temperou as afirmações com uma introdução em que garantia que apenas estava a "reafirmar o que já disse". "Portugal cooperou de uma foma muito construtiva com os outros países da zona euro para chegar a um acordo sobre os termos em que o governo grego podia solicitar ao Eurogrupo uma extensão do programa que tem como base o empréstimo que foi garantido à Grécia desde 2012".

Passos garantiu ainda que fez chegar por canais diplomáticos a "perplexidade" que as palavras de Tsipras causaram. 

Já o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, reagiu com veemência às críticas de Tsipras pedindo às instituições europeias que condenem as palavras de Tsipras.