12 fev, 2015 • Manuela Pires
"Houve uma colega minha uma vez que estava com o namorado do metro e, por qualquer razão insignificante, chateou-se com ele e virou-lhe a costas. Ele deu-lhe uma chapada, em pleno metro". O relato é feito por Carolina, 16 anos, uma das alunas da escola secundária Eça de Queirós, em Lisboa, que assistiu esta quinta-feira ao lançamento da campanha que o Governo lançou contra a violência no namoro.
A campanha tem como objectivo sensibilizar, educar e prevenir para uma forma de estar que pode vir a tornar-se mais tarde em casos de violência doméstica.
À Renascença, Carolina conta que se lembra de ver a amiga chegar à escola "a chorar, de rastos", mas que não fez "absolutamente nada" no momento da agressão. "Provavelmente, já não era a primeira vez", arrisca.
E o que é que Carolina faria? "Não sei, acho que é daqueles tipos de casos que só se sabe quando se está dentro".
Um estudo publicado há dois meses revela que um terço dos jovens entre 15 e os 20 anos admitiu ter adoptado um comportamento violento no namoro pelo menos uma vez e a maior parte deles considera que são manifestações de amor.
Ideia contestada por Helena, também de 16 anos: "Já vi pessoas a serem mal tratadas e não gosto. Não é amor, é obsessão".
A campanha "Quem tem ama não te agride" conta com várias caras conhecidas do desporto e da televisão, como o futebolista William Carvalho e a apresentadora Sílvia Alberto.
Nota: Se estiver a consultar este artigo na aplicação da Renascença para Android, iPhone ou Mobile, não é possível ouvir o áudio