O secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), Carlos Silva, afirmou esta quarta-feira que o Governo está disponível para negociar com os representantes dos reformados do Metropolitano de Lisboa e da Carris os cortes nos complementos de reforma.
“O Governo está disponível para abrir uma frente negocial imediata com os representantes dos reformados, no sentido de se encontrarem soluções para se minimizar, rapidamente, o grande sofrimento que gera em milhares de famílias em Portugal e nestes trabalhadores, em particular”, adiantou Carlos Silva, após uma reunião com o ministro da Economia, António Pires de Lima, e com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, em Lisboa.
Na terça-feira, cerca de duas centenas de reformados do Metropolitano de Lisboa exigiram a reposição dos complementos de reforma que não recebem há um ano, os quais representavam entre 40 a 60% dos rendimentos.
Há um ano, mais de mil reformados do Metro perderam o complemento de reforma que tinha levado a maioria deles a aceitar a reforma antecipada.
Na prática, os rendimentos destes ex-trabalhadores caíram “em montantes desde os 40 aos 60%”, disse, na ocasião, Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, destacando “situações de trabalhadores que estão sem casas, com processos de insolvência e que tem de ser a família a dar-lhes de comer”.
Carlos Silva espera que o assunto seja “rapidamente” discutido com o Governo, acrescentando que a UGT servirá de intermediária e que vai convidar os representantes dos reformados da Carris e do Metro a participarem nas negociações e no diálogo com a tutela.
O secretário-geral da UGT referiu que levou este assunto à reunião com Pires de Lima por considerar que o mesmo representa uma “injustiça e uma insensibilidade social” em milhares de reformados, antigos trabalhadores do Metro e da Carris.
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