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Ministério Público quer GNR "stripper" na prisão

27 jan, 2015

Acusação diz que arma usada nos espectáculos era de serviço, mas a defesa garante que era uma réplica e que a verdadeira nunca saiu do posto onde o GNR presta serviço.

O Ministério Público (MP) pediu dois anos de prisão para um militar da GNR, em Vila Nova de Gaia, acusado de usar a arma de serviço, uma Glock, modelo 19, em sessões de striptease, em 2014.

"Agiu com enorme leviandade e dolo imenso", referiu o procurador do MP durante as alegações finais, esta terça-feira, no Tribunal São João Novo, no Porto.

O cabo da GNR, de 32 anos, está acusado de comércio ilícito de material de guerra, um crime punido pelo Código de Justiça Militar com uma moldura penal de um a quatro anos.

Segundo a acusação, o militar terá realizado a 8 de Março de 2014, Dia da Mulher, quatro espectáculos de striptease em discotecas, bares e restaurantes diferentes com a farda e arma de serviço. Depois, foram publicadas fotografias no Facebook.

Durante o julgamento, o arguido confessou ter realizado os espectáculos com a farda para dar "mais realismo à personagem" que desempenhava por dificuldades económicas.

Além disso, garantiu que a arma usada nos espectáculos eróticos era uma réplica, emprestada por um amigo. A sustentar esta tese, algumas da testemunhas afirmaram que a arma nunca saiu do posto da GNR dos Carvalhos, Gaia, onde o militar presta serviço.

O MP considerou que a arma utilizada era a de serviço e, assim, o militar pôs em "perigo a vida e segurança das pessoas".

Por seu lado, a defesa pede a absolvição do militar, alegando que a arma esteve sempre guardada no respectivo cacifo.

A leitura do acórdão está agendada para dia 27 de Fevereiro, pelas 13h30.