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ASAE: Sulfitos proibidos em carne picada, mas "podem ser utilizados" em preparados

27 jan, 2015

A ASAE critica o estudo da Deco sobre a qualidade da carne picada e diz que é importante esclerecer qual foi a amostra.

ASAE: Sulfitos proibidos em carne picada, mas "podem ser utilizados" em preparados

Um estudo da Deco revelado esta terça-feira deu conta de que alguns talhos adicionam sulfitos a carne de vaca picada vendida a granel, o que é ilegal. Em resposta, a ASAE explica que estes aditivos "podem ser utilizados" em preparados de carne e, portanto, é necessário esclarecer qual foi a amostra do estudo: carne picada ou preparados de carne?

"É preciso confirmar se as amostras colhidas pela Deco e analisadas foram efectivamente amostras de carne picada (carne fresca fragmentada num picador, onde não pode haver outros ingredientes a não ser sal no máximo de 1%), ou se foram colhidas amostras de preparados de carne (carne fresca mas com adição de outros ingredientes, por exemplo, hambúrguer com soja, e mesmo carne que foi picada à qual foram adicionados outros ingredientes), mas que estaria à venda sob a denominação de carne picada", lê-se num comunicado da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

Segundo a Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores, os sulfitos só são autorizados "nalguns preparados de carne" (com um limite de 0,45 gramas por quilo) e "proibidos na carne picada".

A ASAE deixa uma crítica à Deco, referindo que as "amostras recolhidas e constantes do estudo divulgado" carecem de "informação". Mais: a informação relativamente ao método de colheita de amostras utilizado "é claramente insuficiente".

O controlo que a própria ASAE efectuou sobre os sulfitos nas carnes não revelou "qualquer resultado não conforme", considera a autoridade.

Em 2014, a ASAE fiscalizou, em média, por dia, dois estabelecimentos de comércio a retalho de carne e produtos à base de carne, em estabelecimentos especializados, num total de 676, correspondendo a cerca de 11% do total de estabelecimentos existentes.

Segundo a ASAE, as principais infracções detectadas nas acções de fiscalização foram o incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, a falta ou inexactidão de rotulagem, a distribuição, preparação e venda de carnes e seus produtos com desrespeito das normas higiénicas e técnicas aplicáveis e a deficiência das indicações na rotulagem da carne de bovino.

Na sequência destas acções, foram apreendidos carne e produtos cárneos diversos no valor que ascende aos 660 mil euros.

Relativamente à carne picada, foram apreendidos 70 quilos no valor de cerca de 325 euros.