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Governo sem meios para resgatar barco português naufragado em Espanha

26 jan, 2015 • Susana Madureira Martins

O "Mar Nosso" afundou ao largo das Astúrias, em Abril de 2014. As famílias dos pescadores desaparecidos acreditam os corpos ainda podem estar no interior da embarcação.

Não há dinheiro, nem meios técnicos, nem legais para realizar uma operação de resgate aos corpos dos dois pescadores desparecidos no naufrágio da embarcação Mar Nosso, disse esta segunda-feira o primeiro-ministro.

Em Abril do ano passado o barco afundou ao largo das Astúrias em Espanha e as famílias dos pescadores das Caxinas acreditam que passados nove meses os corpos ainda podem estar no interior da embarcação.

A presidente da Câmara de Vila do Conde tentou convencer Pedro Passos Coelho mas não teve sucesso, já que o Governo não tem meio técnicos ou legais para efectuar a operação que custa 300 mil euros.

“O primeiro-ministro, não havendo esse enquadramento legal, o que diz é que isto suporia um concurso público internacional que tinha que ter apoio em legislação que não existe”, diz à Renascença.

Elisa Ferraz diz que o resultado negativo foi uma desilusão e apontou muitas críticas ao armador da embarcação “Mar Nosso”.

“O armador já recebeu a indeminização. O armador tinha um compromisso moral, porque nos primeiros contactos que fez connosco após o naufrágio, se comprometeu que das verbas que iria receber do seguro, parte delas seriam destinadas a este fim. Em reuniões que realizámos em Espanha nem tão pouco apareceu – enviou um representante – e a partir de determinado momento deixou de ter qualquer contacto connosco”, explica a autarca.

A presidente da Câmara de Vila do Conde reconhece que resta esperar que o Governo português sensibilize o Governo de Madrid a apoiar o resgate dos corpos dos dois pescadores e esperar também que termine o inquérito entretanto aberto pelas autoridades espanholas para apurar responsabilidades.

A operação de resgate à embarcação afundada a uma profundidade de 300 metros custa 300 mil euros.