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Estudo

Stands de automóveis usados "atropelam" direitos dos consumidores

22 jan, 2015 • Fátima Casanova

Deco denuncia irregularidades. Os vendedores de carros usados nem sempre disponibilizam toda a informação aos compradores, mesmo aquela considerada mais básica como preço, data de matrícula e prazo de garantia.

Stands de automóveis usados "atropelam" direitos dos consumidores

Há stands de venda de automóveis usados que estão a falhar na informação obrigatória ao consumidor e que violam a lei nas condições de garantia. A denúncia é feita pela Deco, depois de ter visitado uma centena de estabelecimentos.

Oito anos depois do primeiro estudo aos stands, a associação para a defesa do consumidor diz que está tudo na mesma. As falhas são as de sempre: os vendedores de carros usados nem sempre disponibilizam toda a informação aos compradores, mesmo aquela considerada mais básica como o preço, data de matrícula e prazo de garantia.

Foi relativamente à garantia que a Deco detectou as situações mais graves. Dos 100 stands visitados, apenas oito davam dois anos de garantia, como a lei determina.
 
"Constatamos que apenas em oito casos era indicado que o automóvel tinha dois anos de garantia e sem qualquer tipo de limitação, por exemplo, de quilometragem. Na maioria dos casos indicaram-nos que a garantia era de um ano", disse à Renascença Fátima Martins, que coordenou este estudo da Deco.
 
Fátima Martins salienta ainda que cinco stands fizeram mesmo propostas de venda sem qualquer garantia para o carro.

Outros, sublinha, propuseram mesmo garantias com condições ilegais, por exemplo, "em que estava fixado um valor limite para as reparações no caso concreto, 1.500 euros".

"Também em termos de coberturas nós verificámos muitas situações em que a garantia cobria apenas algumas partes do veículo. Noutros casos, eram-nos apresentadas listas de peças incluídas e de peças excluídas", refere Fátima Martins.

Os resultados deste estudo da Deco sobre stands de carros usados já seguiram para o Ministério da Economia.

A Deco já iniciou também contactos com a Associação Automóvel de Portugal para criar um protocolo que melhore o respeito pelos direitos dos consumidores na compra de carros usados.