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Patrões e maternidade. "É bastante grave o que se está a passar no nosso país"

21 jan, 2015

Associação Portuguesa das Famílias Numerosas comenta caso revelado pela Renascença. Em causa o tratamento de empresas quanto aos direitos da maternidade.

Patrões e maternidade. "É bastante grave o que se está a passar no nosso país"
Aqui o patrão é o sindicato. Manuela Moreira trabalha no Sindicato dos Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte e pediu para entrar uma hora mais tarde, para conseguir amamentar o filho. A entidade patronal discorda e impede-a de trabalhar durante o período da manhã. Especialista ouvida pela Renascença diz que a lei é omissa, mas deve prevalecer a vontade da mãe.

A Associação Portuguesa das Famílias Numerosas classifica de grave a forma como as empresas e as organizações convivem com os direitos da maternidade.

Ana Cid Gonçalves, secretária-geral da Associação das Famílias Numerosas, diz que o caso revelado pela Renascença deveria motivar um debate público sobre a questão na natalidade. "É bastante grave o que se está a passar no nosso país na forma como as empresas e as organizações tratam os trabalhadores neste âmbito. Era muito importante que este caso pudesse lançar um caso público sobre esta questão que nos motivasse a mudar", disse.

Ana Cid Gonçalves diz que mais trabalhadores devem denunciar este tipo de situações. “É fundamental que mais pessoas possam partilhar aquilo que se passa, na forma como a maternidade e a paternidade é olhada nas organizações e que haja mais testemunhos públicos do que se passa”, acrescenta.

A Renascença revelou esta quarta-feira o caso insólito em que um sindicato impede a sua funcionária de trabalhar no período da manhã por desacordo quanto ao horário de amamentação. A trabalhadora quer amamentar o seu filho entre as 9h00 e as 10h00, mas o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Urbanos do Norte não concorda com a utilização dessa hora por ser o período de maior serviço.

Manuela Moreira trabalha no Sindicato dos Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte e pediu para entrar uma hora mais tarde, para conseguir amamentar o filho. A entidade patronal discorda e impede-a de trabalhar durante o período da manhã.

Uma especialista ouvida pela Renascença diz que a lei é omissa, mas deve prevalecer a vontade da mãe.