20 jan, 2015 • Marina Pimentel
O número de mulheres administradoras de empresas em Portugal é metade da média europeia, apesar de nos últimos dez anos a presença feminina nos lugares de topo do mundo empresarial ter mais do que duplicado.
Os dados são revelados por um relatório sobre o Progresso da Igualdade entre Mulheres e Homens no Trabalho, coordenado pela Comissão para a Igualdade e o Emprego, e que foi divulgado esta terça-feira em sede de comissão parlamentar.
O texto indica que “continua a existir uma enorme assimetria entre mulheres e homens no exercício de cargos de direcção e de chefia ou de alta responsabilidade, tanto no sector público, como no privado”.
Citando dados da Comissão Europeia, o estudo quantifica a proporção de mulheres nos conselhos de administração das maiores empresas em Portugal, cotadas em bolsa: em 2013 foi de 9%, enquanto em 2003 foi de apenas 4%.
Dados do Inquérito ao Emprego revelam também que apenas 33,7% das mulheres são representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, directoras e gestoras executivas, verificando-se uma ligeira diminuição face a 2012.
As diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho são também visíveis ao nível das profissões e das diferentes actividades económicas. O aumento das habilitações escolares das mulheres não estão ainda plenamente reflectidas nas profissões exercidas, verificando-se "um maior predomínio" feminino nas profissões ligadas ao grupo "trabalhadores não qualificados" (72%), ao grupo de "pessoal administrativo" (63,3%) e ao grupo de "trabalhadores dos serviços pessoais, de protecção e segurança e vendedores" (63,1%).