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FNE volta a defender eliminação da prova de avaliação de professores

06 jan, 2015

Posição da Federação Nacional de Educação é assumida depois de o Conselho Científico ter contestado a prova, considerando-a “pouco fundamentada”.

O secretário-geral da Federação Nacional de Educação defende, em declarações à Renascença, que a prova de avaliação dos professores deve ser eliminada face ao número de entidades que a contestam e às quais se juntou segunda-feira o Conselho Científico.

Para João Dias da Silva, o Ministério da Educação deve agir perante "a multiplicidade de entidades, entre as quais a Federação nacional de Educação e o Conselho Científico do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), cuja opinião vai no sentido de a prova dever ser eliminada e que não exista como elemento de selecção das pessoas para entrarem no sistema educativo".

O Conselho Científico defendeu, num parecer divulgado na segunda-feira, que a validade da prova de avaliação docente é "pouco fundamentada" e que só se justifica se o Ministério da Educação duvidar da qualidade da formação inicial.

Num parecer sobre a Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos (PACC) dos professores, o Conselho Científico do organismo que coordena a aplicação da mesma questiona a justificação para introduzir este exame entre a conclusão do curso superior e o período probatório de um ano, em que os professores são sujeitos a uma avaliação por parte de colegas mais graduados, ficando dependentes de uma avaliação igual ou superior a "Bom" para poderem ingressar na carreira docente.

"Este parecer coincide com aquilo que a FNE sempre defendeu relativamente à contestação da existência da prova", sublinhou Dias da Silva, acrescentando que a federação sempre considerou que "a prova não fazia sentido" e "não acrescentava absolutamente nada à garantia da qualidade da formação dos professores que entram no sistema educativo".

De acordo com o sindicalista, essa garantia de qualidade só é conseguida através de dois momentos de intervenção: "a formação inicial e o período de indução", durante o qual o novo professor é acompanhado por um mais experiente e com formação especializada.