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Adiamento da decisão americana sobre as Lajes pode ser “boa notícia”

22 dez, 2014

Barack Obama assinou o Orçamento das Forças Armadas que, para já, mantém os efectivos norte-americanos na base da ilha açoriana.

Adiamento da decisão americana sobre as Lajes pode ser “boa notícia”

É uma boa notícia para Portugal que abre caminho para a continuação dos esforços diplomáticos. Esta é a reacção do vice-presidente da Comissão Parlamentar de Defesa, Miranda Calha, ao adiamento da decisão de Barack Obama sobre a retirada norte-americana da base das Lajes.

“A reflexão que está aqui considerada pode significar uma perspectiva diferente de evolução da base militar”, diz Miranda Calha em declarações à Renascença, considerando que ainda existe a esperança da manutenção do contingente militar dos Estados Unidos nos Açores.

O Presidente norte-americano, Barack Obama, assinou na passada sexta-feira o Orçamento das Forças Armadas do país que, para já, mantém os efectivos americanos na base da Ilha Terceira. Mas as duas câmaras do Congresso norte-americano já tinham aprovado o projecto de lei que inclui uma emenda proposta por um grupo de congressistas ligados a Portugal.

Segundo esta emenda, “a secretaria da Força Aérea não deve reduzir a estrutura na Base Aérea das Lajes até 30 dias depois de o secretário da Defesa divulgar o Relatório de Consolidação de Estruturas Europeias”, que já está terminado e deveria ter sido conhecido na Primavera.

Fonte do Congresso disse à agência Lusa que este relatório “está actualmente em espera devido aos recentes conflitos na Ucrânia e com o Estado Islâmico” e que “uma data de divulgação ainda não foi estabelecida”.

O presidente do Governo dos Açores considerou, esta segunda-feira, "motivo de satisfação" a assinatura, por parte do Presidente norte-americano, do orçamento das Forças Armadas para 2015, que exclui a redução militar nas Lajes, até divulgação de um novo relatório. Naturalmente que é um motivo de satisfação e vem ao encontro de um objectivo que era o de suster a decisão americana de redução militar da Base das Lajes", declarou à agência Lusa Vasco Cordeiro.

Para o líder regional há que salvaguardar "algumas precisões" neste dossiê, sublinhando que a assinatura de Barack Obama se prende com a aprovação global do orçamento das Forças Armadas dos Estados Unidos da América.

Vasco Cordeiro destacou, por outro lado, que esta não é a primeira vez que esta situação se verifica, uma vez que já aconteceu nos anos anteriores."O que as leis para 2015 trazem de novo é uma linguagem muito mais incisiva, se é que assim se pode considerar, quanto à ponderação que deve ser feita pelo Departamento de Defesa dos EUA em relação à utilidade da Base das Lajes. Esse é um dado novo", explicou.