Professores voltam a exame esta sexta-feira

Quase três mil professores contratados com menos de cinco anos de serviço devem fazer esta sexta-feira a prova de avaliação docente. São menos dez mil inscritos em relação ao ano passado.

Estes números são, para o presidente da Associação Nacional dos Professores Contratados (ANVPC), um sinal de que, se o MEC não retirar a exigência da prova do Estatuto da Carreira Docente, a Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos (PACC), tem "morte anunciada".

“Parece-nos que esta prova vai acabar por se extinguir a si própria. Temos cada vez menos pessoas interessadas em desenvolver a sua actividade enquanto docente”, disse César Paulo à Renascença.

Este exame motivou a convocação de concentrações de professores e de uma greve esta sexta-feira, para a qual os sindicatos esperam uma adesão "muito significativa".

“A greve é uma resposta muito natural à teimosia do ministério em impor uma coisa absurda”, disse o dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof) João Louceiro.

O objectivo da greve, convocada a todo o serviço da (PACC) por sete organizações sindicais, é o de que os professores convocados para vigiarem os 2.861 colegas inscritos no exame adiram ao protesto, inviabilizando a realização da prova.

Para o vice-presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), “as coisas estão mais calmas”.

“Apresar do constrangimento da greve, penso que a aplicação desta prova irá decorrer com normalidade”, disse Filinto Lima, tendo em conta o baixo número de inscritos.

"Uma praxe injustificável"
A plataforma que contesta a PACC, através da greve, é constituída pela Fenprof, pela Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), pelo Sindicatos dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades (SEPLEU)e mais quatro sindicatos: SINAPE, SIPE, SIPPEB e SPLIU.

No pré-aviso de greve entregue, as organizações sindicais classificaram a prova como "uma praxe injustificável a que o MEC continua a querer submeter os docentes e a profissão".

Também o Movimento Boicote&Cerco, que esteve na origem de protestos que inviabilizaram a realização da PACC em algumas escolas na primeira edição da prova, está a preparar concentrações de professores à porta das escolas.

As concentrações estão marcadas para as 13h30, uma hora antes daquela em que os professores inscritos têm de se apresentar nas escolas para realizar a prova, agendada para as 15h00 desta sexta-feira, em cerca de 80 escolas de todo o país