29 nov, 2014 • Fátima Casanova
Os colégios privados ocupam os lugares cimeiros em todos os níveis de ensino que exigem a realização de exames. Nos primeiros 20 lugares do ranking continua sem haver qualquer escola pública. Consulte aqui a lista dos estabelecimentos com melhores notas.
À semelhança do que sempre tem acontecido, as melhores notas estão nas escolas privadas. Este ano, as cinco primeiras conseguiram atingir uma média acima de 14, valor que nenhuma instituição alcançou o ano passado.
Mas num ano em que as notas até melhoraram, as escolas públicas continuam a descer no ranking. A primeira aparece agora no 22º lugar, caiu uma posição. Nos primeiros 30 lugares, só se encontram cinco estabelecimentos públicos, menos um do que em 2013.
O colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, regressa à liderança. Subiu do segundo lugar, com uma média de 14,41 valores, destronando o S. João de Brito, em Lisboa, que deixou de figurar no Top 10 da Renascença.
Completam o pódio, dois colégios de Lisboa: o Moderno, que subiu dois lugares, e o Valsassina, que repete a terceira posição.
Depois de muitos anos em lugares cimeiros, a escola secundária Raúl Proença, nas Caldas da Rainha, consegue o título de melhor pública. Subiu do quarto lugar, com uma média de 12,41 valores, mais um do que em 2013.
Esta é uma escola onde quase um quarto dos alunos do secundário beneficiava do apoio da acção social escolar. É uma das pouco mais de uma dezena a apresentar uma taxa de conclusão do 12º ano, a rondar os 80%.
A escola secundária Raúl Proença, nas Caldas da Rainha, vai ser premiada pelo Ministério de Nuno Crato pela coerência entre a média interna e a média dos exames.
Em segundo lugar nos estabelecimentos públicos – depois de quatro anos como a melhor – ficou a secundária Infanta Dona Maria, em Coimbra, com 12,39 de média. Com menos quatro décimas está a escola secundária Clara de Resende, no Porto, que caiu do segundo para o terceiro lugar.
Olhando para as mais de 600 escolas secundárias, quase metade (42%) teve média abaixo dos 10 valores, no conjunto dos oito exames mais concorridos. Dezassete escolas tiveram média abaixo de 8 valores, quatro delas privadas.
No ranking do ensino secundário a Renascença considerou apenas as escolas onde se realizaram mais de 100 exames no conjunto dos oito mais concorridos, tendo por base dados divulgados pelo Ministério da Educação e Ciência e tratados para o jornal “Público”.
Melhores notas no 4º ano
As notas subiram nos exames de 2014. Nos cinco primeiros lugares, ocupados por colégios, a média é sempre superior a 4, numa escala que vai até 5, o que não tinha acontecido no ano anterior, quando se estrearam os exames no primeiro ciclo.
Sem surpresas, também no 4º ano do ensino básico, o sector privado ocupa os lugares cimeiros da lista, mas com grandes mudanças. Nenhum dos colégios que em 2013 ocupou um lugar no top 5 da Renascença, conseguiu agora manter a posição.
Quanto às escolas públicas, nos primeiros dez lugares só figura uma.
Lidera a tabela o colégio Paulo VI, em Gondomar, com uma média de 4,14 valores nas provas de português e de matemática. Seguem-se o colégio dos Plátanos, em Sintra, e o colégio Novo da Maia, no distrito do Porto.
O colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, que liderava o último ranking, escorregou para o 10º lugar.
A primeira escola pública aparece em 7º lugar, depois de ter ocupado a 104º posição no ano passado. É a escola básica nº1 em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, com uma média de 3,99 valores.
Segundo dados revelados pelo Ministério da Educação e Ciência, 37% dos alunos que foram a exame naquela escola beneficiavam do apoio da acção social escolar e os pais não tinham mais do que 10 anos de escolaridade.
Diferente é a situação vivida pelos alunos da escola básica de Barrocas, em Aveiro, que ficou em segundo lugar no ranking: Apenas 12% dos alunos tinham apoio da acção social escolar e os pais chegam quase aos 12 anos de escolaridade.
O pódio fica completo com a escola básica do Desterro, na Póvoa de Varzim, com a média de 3,86 valores.
Em ano em que os alunos tiveram melhores notas, a média negativa atingiu, ainda assim, 43%, das mais de 4.400 instituições de ensino do primeiro ciclo. Houve 47 escolas que tiveram media abaixo de dois valores.
No ranking do ensino básico, a Renascença considerou apenas as escolas onde se realizaram mais de 100 exames, no conjunto das duas disciplinas: português e matemática, tendo também por base dados divulgados pelo Ministério da Educação e Ciência e tratados para o jornal "Público".
Mudanças nos 6º e 9º anos
Nos primeiros cinco lugares dos rankings do segundo e terceiro ciclos, todos os colégios têm media superior a 4, uma média que nenhuma escola atingiu em 2013 com os exames do 9º ano.
O ranking deste nível de ensino é liderado pelo Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, com uma média de 4,15 valores, destronando o Nossa Senhora de Lourdes, no Porto, que desceu para a 7ª posição.
No segundo posto está o colégio Nossa Senhora do Rosário e em terceiro está o Grande Colégio Universal, duas instituições no Porto.
No que toca às escolas públicas e relativamente aos resultados dos exames do 9º ano, há duas estreias no pódio: a escola secundária Infanta Dona Maria, em Coimbra, directamente para a liderança – 12ª segunda na tabela geral - e a escola secundária Diogo de Gouveia, em Beja, que ocupa o terceiro lugar.
Em segundo lugar está a escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga, escola que conseguiu manter a liderança no ranking do 6º ano, com uma média de 3,74.
É seguida pelas escolas básicas Campo Aberto, em Beiriz, na Póvoa de Varzim, e a de Vasco da Gama, em Lisboa.
O ranking do 6º ano é, no entanto, liderado pelo Colégio das Terras de Santa Maria, em Santa Maria da Feira, com média de 4,15 valores.
O segundo lugar também está no distrito de Aveiro: pertence ao Colégio de Nossa Senhora da Assunção, em Anadia, segue-se o colégio D. Diogo de Sousa, em Braga. Estes três colégios estreiam-se, este ano, no pódio com os resultados dos exames do 6º ano.
Neste nível de ensino só 25% das mais de 1.100 escolas conseguiram ter média positiva. No 9º ano o cenário não é muito diferente: Só 28% das mais de 1.200 escolas tiveram média igual ou superior a 3.
Consulte aqui a lista das escolas com melhores notas