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Portugal ainda não se candidatou aos 300 mil milhões do fundo Juncker

25 nov, 2014

A corrida a estes fundos já começou, mas Lisboa parece ter ficado para trás. O eurodeputado socialista Carlos Zorrinho critica a "má vontade" e a falta "entusiasmo" do Governo em todo este processo.

Portugal ainda não se candidatou aos 300 mil milhões do fundo Juncker
Portugal é o único país resgatado que ainda não apresentou candidaturas públicas aos 300 mil milhões do “fundo Juncker”.

O novo presidente da Comissão Europeia quer relançar a economia da União, para isso vai disponibilizar 300 mil milhões de euros (entre dinheiro público e privado), para investimento em várias áreas, entre 2015 e 2017.

A corrida a estes fundos já começou, mas Portugal parece ter ficado para trás. Até sexta-feira, era um dos três Estados-membros que ainda não tinha apresentado uma única candidatura, acompanhado apenas pela Alemanha e pela Holanda.

"A imagem que Portugal fez passar foi a de um país interligado à Alemanha e à Holanda, como um conjunto de países renitentes com esta verdadeira oportunidade de recuperação de uma dinâmica económica no contexto europeu", disse à Renascença o eurodeputado socialista Carlos Zorrinho.

Citado pelo “Diário Económico”, o gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros garante que foram, entretanto, entregues a Bruxelas cinco mil milhões, em potenciais projectos privados, e estão em análise candidaturas de projectos públicos.

Ainda não chega, diz Carlos Zorrinho, que critica a falta de entusiasmo do Governo em todo este processo: “O que está em jogo é demasiado importante para ser feito no segredo dos gabinetes e com pequenos comunicados no Ministério dos Negócios Estrangeiros”. 

“O ministério veio dizer que essa falta foi de alguma maneira coberta, provavelmente com os projectos que tinham sido anunciados já há alguns meses no âmbito dos projectos de investimento prioritário. Mas a verdade é que é preciso mobilizar o país para grandes projectos de mudança e transição da nossa economia”.

O eurodeputado “sublinha a má vontade e a falta de entusiasmo” com que o executivo encara esta oportunidade de retorno da Europa a uma dinâmica de crescimento.