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Religiosa libanesa em Portugal para mostrar drama que vivem os refugiados

21 nov, 2014 • Rosário Silva

Há 13 milhões de refugiados na zona do Médio Oriente. Hanan Youssef apoia-os no terreno e vai estar em várias cidades portuguesas a dar o seu testemunho.

O testemunho na primeira pessoa sobre a situação dramática dos refugiados do Médio Oriente chega, por estes dias, a Portugal numa iniciativa da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). A irmã libanesa Hanan Youssef vai estar em várias cidades portuguesas, numa iniciativa integrada na campanha de Natal da AIS, que este ano é dedicada aos refugiados daquela região do globo.

Esta religiosa da congregação do Bom Pastor "vive em Beirute, no Líbano, e está diariamente a receber refugiados, pessoas que chegam da Síria ou do Iraque e que necessitam de apoio", diz a directora da AIS, Catarina Martins. 

Em Beirute, a sua comunidade é responsável pelo centro de saúde de Santo António, ponto de encontro dos refugiados oriundos da Síria e Iraque, países flagelados pelo jihadismo que tem provocado a fuga de milhares de cristãos.

É nesta vivência e testemunho que os portugueses são convidados a tomar parte através de vários encontros. O primeiro acontece esta sexta-feira à noite, em Évora.

"Esta irmã está no terreno, desenvolve diariamente um trabalho com refugiados e tem um real conhecimento das situações como poucas pessoas poderão ter", acrescenta Catarina Martins.

"O objectivo", prossegue, "é alertar as pessoas para a situação que está a acontecer, uma situação dramática no Médio Oriente devido à guerra. Para termos ideia do que estamos a falar, há cerca de 13 milhões de refugiados naquela zona".

"A irmã Hanan não está em todo o lado, mas à sua porta batem todos os dias muitas pessoas que precisam das coisas mais básicas e essenciais para sobreviver: a alimentação, a saúde e muitas vezes até aquela ajuda necessária para conseguir recuperar os seus documentos para que possa, também, socorrer-se da ajuda internacional que já está a chegar ao Médio Oriente", indica a directora da Fundação AIS.

"Estes refugiados podem contar, apenas, com a boa vontade da comunidade internacional e é preciso que os portugueses também fiquem sensibilizados, daí o convite a que participem nestes encontros", apela Catarina Martins.

Hanan vai dar o seu testemunho pessoal em várias cidades. Começa esta sexta-feira, em Évora, na Igreja da Sagrada Família. Segue para o Santuário do Cristo Rei em Almada. A norte, vai passar pela Igreja dos Congregados, em Braga, no dia 25. A religiosa tem ainda um encontro em Fátima, no dia 26, na Casa Nossa Senhora do Carmo e, por fim, no dia 27, em Lisboa, no Lar Maria Droste, Casa das Irmãs do Bom Pastor.