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Suspeitos de sabotagem do Citius voltam ao trabalho na PJ

30 out, 2014 • Celso Paiva Sol

No inquérito do Ministério Público ,são figuras centrais, mas, na Judiciária, não estão, para já, sujeitos a qualquer tipo de procedimento disciplinar.

Os dois funcionários suspeitos de sabotarem o plataforma informática Citius regressaram esta quinta-feira aos seus postos de trabalho na Polícia Judiciária, depois de afastados pelo Ministério da Justiça.

Na quarta-feira, o gabinete da ministra da Justiça dava conta que os dois técnicos da PJ, que se encontravam em comissão de serviço no Ministério da Justiça, “cessaram funções por deliberação do Conselho Directivo do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ)".

Os dois são figuras centrais no inquérito do Ministério Publico, mas na Judiciária – onde se apresentaram ao serviço – não estão para já sujeitos a qualquer tipo de procedimento disciplinar.

Até serem dispensados e transformados em principais alvos da participação enviada ao Ministério Público, Hugo Tavares esteve a coordenar o núcleo de arquitectura de sistemas para a área dos tribunais e Paulo Queiroz foi gestor de sistemas de informação.

Hugo Tavares entrou naquela polícia em 1999 para o departamento de segurança, onde, entre outras coisas foi motorista tendo depois sido requalificado quando acabou a licenciatura em Ciências Políticas. Enquanto Paulo Queiroz entrou na Judiciária em 2003, já licenciado em Marketing. 

Nenhum deles exerceu funções ligadas à informática, nem tiveram qualquer cargo de chefia.

A relação com o Ministério da Justiça, e mais concretamente com o Instituto de Gestão Financeira e dos Equipamentos de Justiça é mais recente, já que a Comissão de Serviço tem apenas dois anos.

Na sequência do relatório enviado pelo Ministério da Justiça sobre as falhas do Citius, a Procuradoria-Geral da República indica, em comunicado, que "foi instaurado um inquérito com a finalidade de investigar os factos descritos naquela participação, os quais, de acordo com a mesma, poderão configurar a eventual prática de crime de sabotagem informática".

O bloqueio da plataforma informática no arranque do novo mapa judiciário, a 1 de Setembro, gerou críticas de magistrados, advogados e funcionários judiciais, que alertaram para o "caos" gerado nos tribunais, tendo, no plano político, levado partidos da oposição a pedir a demissão da ministra da Justiça.