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Governo adia balanço da colocação de professores

24 out, 2014

Directores escolares adiantam que só no final da próxima semana o problema deve estar resolvido.

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) remeteu para segunda-feira a apresentação do balanço da colocação de professores através da Bolsa de Contratação de Escola (BCE), prometido para esta sexta-feira pelo secretário de Estado da Administração Escolar. 
 
João Casanova de Almeida, no final de uma reunião com a plataforma de sindicatos da Educação realizada quinta-feira, remeteu para esta sexta-feira a apresentação desse balanço, mas fonte do Ministério adianta agora que esses dados apenas serão conhecidos na segunda-feira da próxima semana. 
 
De acordo com Casanova de Almeida, na quinta-feira faltavam apenas colocar professores para cerca de 10% das necessidades indicadas na BCE, o que correspondia a 250 horários por preencher, um número de casos residual. 
 
Apesar de o Governo ter prometido para esta semana a regularização da colocação de professores, que devido aos problemas com a BCE, levou a que à sexta semana de aulas houvesse ainda centenas de horários por preencher, os directores escolares adiantaram esta sexta-feira à agência Lusa que só no final da próxima semana o problema deve estar resolvido, e adiantaram estimativas diferentes das indicadas pelo MEC. 
 
Para a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), o total de horários ainda por preencher pode chegar aos 20%. 
 
Depois de ter contactado vários directores de escolas, a Lusa constatou que há ainda pelo país situações muito díspares: há estabelecimentos ainda longe de ter apenas "casos residuais" de docentes por colocar e agrupamentos que já têm todos os docentes colocados. 
 
A BCE destina-se a suprir as necessidades temporárias de professores em escolas com contratos de autonomia ou Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP ). 
 
Na passada segunda-feira, depois de vários erros e problemas de funcionamento a nível central, a BCE passou a funcionar num modelo contínuo, ou seja, a contratação de docentes foi entregue às escolas e aos seus directores, que ficaram com a responsabilidade de contactar os docentes respeitando uma lista ordenada criada pelos serviços do ministério. 
 
O MEC, quer através do ministro Nuno Crato, quer através dos secretários de Estado da sua equipa, têm prometido sucessivamente a resolução rápida do problema, mas, ao fim de seis semanas de aulas, há ainda docentes por colocar e muitas turmas sem professores e aulas. 
 
Estão prometidas medidas de compensação para as escolas para evitar desigualdades na matéria leccionada entre os alunos que tiveram um início de ano sem sobressaltos e aqueles que continuam sem aulas. 
 
Os atrasos no cumprimento dos programas e currículos coloca maiores preocupações aos alunos que, no final do ano, terão de fazer exames, sobretudo os do ensino secundário, que dependem, em parte, da nota desses exames para aceder ao ensino superior. 
 
O Governo já excluiu, no entanto, a possibilidade de este ano não se realizarem exames nacionais.