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Chumbo ao fim de comissões bancárias é desrespeito pelo eleitorado

24 out, 2014

A DECO - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor avisa que os chumbos parlamentares não fazem parar esta causa.

A DECO - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor considera um sinal de insensibilidade social e de desrespeito pelos eleitores o chumbo parlamentar às três iniciativas legislativas visando proibir cobrança de comissões bancárias.

“A petição [entregue no parlamento com vista àquela proibição] foi subscrita por 90 mil pessoas. A única entidade que vai agradecer à maioria parlamentar é a banca. Sem dúvida, há aqui um voltar de costas dos deputados aos eleitores”, disse à agência Lusa o secretário-geral da associação, Jorge Mrogado, sublinhando que o combate por esta causa não vai parar.

O terceiro projecto de lei para proibir os bancos de cobrarem comissões ou outros encargos pela manutenção de contas de depósito à ordem, da autoria do PCP, foi chumbado, na sexta-feira da última semana, pela maioria parlamentar PSD/CDS-PP, apesar de toda a oposição ter votado favoravelmente.

A petição da DECO pelo fim das comissões de manutenção nas contas à ordem foi entregue há um ano, na Assembleia da República. “Uma petição só precisa de quatro mil assinaturas para ser entregue no parlamento, mas esta contou com mais de 90 mil assinaturas. Chumbar as propostas traduz um desrespeito pelos eleitores”, sublinhou Morgado.

A associação reconhece a derrota nesta batalha, mas avisa que não perdeu a guerra: “Vamos tentar colocar este assunto na agenda politica e só desistimos desta guerra quando tivermos resultados”.

Jorge Morgado explicou que as comissões bancárias não resultam da efectiva prestação de um serviço e estão antes alicerçadas numa “enorme injustiça social”, por serem calculadas em função do saldo médio dos clientes, pelo que quem mais paga é quem menos dinheiro tem na conta bancária.

“Atendendo a que a conta à ordem é hoje um serviço imprescindível à gestão financeira de qualquer cidadão, esta decisão prejudica milhares de portugueses”, acrescentou, salientando que também faz tábua rasa de uma recomendação emitida pelo Banco de Portugal, em Março deste ano, que “confirmava as críticas apontadas pela DECO”.