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Comandante de navio encalhado em Viana exonerado por "erro humano"

23 out, 2014

O acidente ocorreu porque o "navio se aproximou demasiado de terra para realizar o transbordo de pessoal" e não por erro da carta hidrográfica.

O comandante do navio “Figueira da Foz” foi exonerado de funções na sequência da investigação às causas do acidente à saída do porto de Viana do Castelo, disse à Lusa fonte da Marinha.

De acordo com o capitão-de-fragata Vicente Rodrigues, porta-voz da Marinha, o relatório preliminar da comissão de inquérito nomeada para averiguar as causas do acidente concluiu ter existido "erro humano" durante as manobras realizadas na noite de sexta-feira passada, à saída do porto de Viana do Castelo.

Adiantou que na sequência daquela conclusão a Marinha portuguesa decidiu "exonerar de funções o comandante do navio", adiantando que "será nomeado outro comandante" para a embarcação.

Segundo aquele responsável, o acidente ocorreu porque o "navio se aproximou demasiado de terra para realizar o transbordo de pessoal", tendo ficado descartada a hipótese avançada segunda- feira à Lusa de erro na carta hidrográfica daquela zona.

"A comissão de inquérito constituída por técnicos altamente especializados e por elementos do Instituto Hidrográfico constatou que a carta hidrográfica assinala como zona perigosa o local onde ocorreu o acidente", explicou.

De acordo com o porta-voz da Marinha, a "tripulação não tinha noção de que se encontrava em zona perigosa e embateu", adiantou.

No entanto, realçou que as "condições de mar eram adversas" devido à "forte ondulação que se fazia sentir na altura" e que "contribuiu, ainda mais, para que o navio se aproximasse demasiado de terra".

"Do relatório da comissão de inquérito surgem lições que vão ser aplicadas no treino de todos os navios da Esquadra", adiantou Vicente Rodrigues.

Do acidente resultaram apenas "danos materiais" no sistema de propulsão que começaram a ser reparados segunda-feira nos estaleiros da West Sea, em Viana do Castelo.

De acordo com o responsável vão ser substituídos "os dois hélices, um dos dois veios e vão ser recuperados os dois lemes", material que "já existia nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) no âmbito da encomenda de oito daqueles navios feita em 2004 pelo Ministério da Defesa, então liderado por Paulo Portas".

A intervenção deverá estar concluída "dentro de duas a três semanas", sendo que a Marinha "apenas irá suportar os custos da mão-de-obra".

O acidente ocorreu quando zarpava dos estaleiros subconcessionados ao grupo português, com destino a Lisboa de onde seguiria para uma missão nos Açores.